A Prefeitura de Araraquara, no interior paulista, pretende instalar 40 novas lombofaixas até o final do ano que vem. Atualmente a cidade já conta com 40 equipamentos como esse, que aumentam a segurança na travessia dos pedestres.
O coordenador de Mobilidade Urbana do município, Nilson Carneiro, explica que as lombofaixas são uma solução para vias ou locais de maior concentração de pessoas, que priorizam a passagem do pedestre. "Ela funciona como um prolongamento da calçada, priorizando o pedestre que atravessa na mesma altura da própria calçada", diz.
Segundo Carneiro, ao adotar medidas como essa, o objetivo da Prefeitura é reduzir o número de acidentes e de óbitos no trânsito da cidade. A gestão se mostra preocupada com os dados do Infosiga [banco de dados do governo de SP sobre acidentes de trânsito] que revelam que as vítimas fatais na área urbana de Araraquara passaram de 4 para 8 no primeiro trimestre deste ano.
Questão de educação
Carneiro comenta que atualmente a lombofaixa é utilizada com êxito em vários países. Mas no Brasil, ainda que obrigado por lei, o motorista não costuma parar quando o pedestre está atravessando, mesmo tendo à frente um equipamento como esse. "Embora o Código de Trânsito Brasileiro exista há 25 anos, ainda não existe a cultura de respeito ao pedestre", enfatiza.
Ainda segundo o coordenador de Mobilidade Urbana, em Araraquara já foram investidos em lombofaixas cerca de R$ 600 mil. Incluindo lombadas e guias rebaixadas para deficientes, o investimento ultrapassa R$ 1,2 milhão, com recursos do Fundo Municipal de Trânsito.
Prioridades
Os equipamentos vêm sendo instalados em frente a locais de maior demanda populacional na cidade, como diante de escolas municipais e estaduais, além do Sesi, Sesc e Senac. "No total, já foram implantadas 40 lombofaixas e a expectativa é dobrar esse número para 80 até o final de 2020", diz o gestor.
Na opinião de Carneiro, em todo o mundo hoje a prioridade é a mobilidade urbana, com sistemas de transporte público como metrô e VLTs (Veículos Leves sobre Trilhos), e principalmente com medidas que estimulem o caminhar.
"Ao contrário do que víamos quando surgiu a indústria automobilística no Brasil, na metade do século passado, em que se privilegiava o carro, a atenção agora em toda a parte é o pedestre, já responsável por 27% das viagens a pé", reitera.
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