Berlim lidera ranking de mobilidade; SP fica em penúltimo lugar

Estudo avaliou qualidade da mobilidade urbana em 31 grandes cidades do mundo, com quesitos como uso do transporte público e satisfação dos usuários

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Fonte: SB24Horas/ Kantar  |  Autor: Mobilize Brasil  |  Postado em: 18 de outubro de 2019

Berlim, a primeira em mobilidade urbana sustentáve

Berlim, a primeira em mobilidade urbana sustentável

créditos: Reprodução

Berlim é líder mundial em mobilidade urbana, de acordo com o estudo Mobility Futures, da empresa de dados e consultoria Kantar, que avaliou grandes cidades do mundo. A capital da Alemanha ficou no topo da mobilidade, e isso devido a diversos fatores, principalmente maior economia nas viagens, facilidade de acesso a uma ampla rede de infraestrutura de transporte público e de serviços de compartilhamento. 

 

Na outra ponta do ranking, empurrada para baixo pelas limitações verificadas pelos pesquisadores na sua infraestrutura de transportes, aparece São Paulo. A capital paulista ficou em penúltimo lugar no ranking de 31 cidades, vencendo apenas de Nairóbi, capital do Quênia.

 

 

 

O estudo é baseado em mais de 20 mil entrevistas com usuários de diferentes meios de transporte e viajantes frequentes em 31 cidades, juntamente com entrevistas detalhadas com 53 dos principais especialistas em mobilidade do mundo. 

 

O objetivo, segundo a Kantar, é ajudar no planejamento e desenvolvimento de transportes urbanos em todo o mundo e a moldar estratégias de negócios para novos e já existentes players no setor dos transportes e mobilidade.

 

Outros resultados

O Mobility Futures também deu origem a outros rankings, com São Paulo se posicionando bem em dois deles. Na lista de cidades com os "usuários mais conscientes" – que mede quantos dos entrevistados usam meios de transporte com taxas baixas de emissão de dióxido de carbono -, a capital paulistana ficou em oitavo lugar.

 

Segundo a análise, no quesito "consciência" as cidades asiáticas lideram o top 10, com Tóquio ocupando o primeiro lugar, seguida por Pequim e Singapura. Isso pode ser observado na baixa proporção de motoristas solitários e uma alta proporção de caminhantes, ciclistas e usuários de transporte público. Na Europa, Londres se classifica como a cidade de passageiros mais amigos do ambiente, devido à extensa rede ferroviária e subterrânea da capital inglesa.

 

Top 10: usuários mais conscientes

1º  Tóquio  84.7

2º  Pequim  78.6

3º  Singapura  73.3

4º  Nairóbi  72.3

5º  Londres  69.6

6º Copenhage 68.5

7º  Seul  68.1

8º  São Paulo  66.4

9º Amsterdã 65.2

10º  Moscou  64.6 

 

Satisfação dos usuários

As maiores cidades da América Latina estão atrás do resto do mundo no que diz respeito à mobilidade das cidades. São Paulo e a Cidade do México (25º lugar) ficaram significativamente abaixo da média na análise de Kantar. 

 

Por decorrência, essa desvantagem se traduz ainda na quantidade de passageiros pouco satisfeitos. É o que se vê no índice "felicidade dos usuários", onde as duas cidades ficaram em posições inferiores no ranking: São Paulo, em 28º lugar; e Cidade do México, em 30º.

 

O carro ainda "é rei"

Outra descoberta da pesquisa é que, apesar das crescentes preocupações ambientais, os passageiros ainda "amam" seus carros. Persistem aspectos culturais, como o automóvel enquanto símbolo de status, conveniência, mas também, muitas vezes, como item de necessidade. 

 

Globalmente, 39% dos viajantes urbanos dirigem sozinhos para trabalhar – mais do que qualquer outro modo de transporte. Com o transporte público visto mais negativamente do que outros meios, por parte dos usuários, esse resultado não chega a surpreender. 

 

Também não surpreende que em Amsterdã (Holanda) e Copenhague (Dinamarca) estão os maiores adeptos do ciclismo do mundo. Estas cidades ficaram em 1º e 2º lugar, respectivamente, no índice da Kantar que mediu o uso da bicicleta, seguidas por Pequim, em terceiro.

 

Caminhantes

Os residentes de Tóquio (Japão) e Manchester (Inglaterra) são os que mais andam a pé no mundo, com a proporção de passageiros que optam por caminhar para o trabalho atingindo 18% e 16%, respectivamente.

 

Aplicativos

No uso de apps de mobilidade, outro índice avaliado no estudo, a cidade de São Paulo está bem posicionada. Foi medido o número de apps usados para a mobilidade - incluindo serviços de navegação e mapeamento, planejadores de rotas, serviços de compartilhamento de carros, bicicletas e transporte público. Com média de quatro aplicativos por usuário, a cidade classificou-se em 8º lugar. 

 

À frente, o Sudeste Asiático, que lidera o uso de aplicativos de viagem. Os residentes de Mumbai e Jacarta usam, em média, mais de cinco aplicativos para navegar dentro e fora da cidade. 

 

Já na China continental, o número médio de aplicativos é menor que o resto do mundo, e a explicação é que os fornecedores de compartilhamento de carros e bicicletas estão integrados a outros aplicativos mais amplamente usados, como o Baidu, para tornar suas ofertas ainda mais acessíveis.

 

A pesquisa completa estará disponível em novembro, informa a empresa. Para mais informações sobre o ranking Mobility Futures, clique aqui

  

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