"Com novos hábitos, estacionamentos terão de mudar"

É o que diz o chefe da Estapar, André Iasi, para quem os estacionamentos não abrigarão só carro, mas também bicicleta, patinete e serviço de recarga elétrica

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Fonte: UOL  |  Autor: Beth Matias  |  Postado em: 10 de outubro de 2019

André Iasi, da Estapar. Foto: Simon Plestenjak/UOL

 

Nesta entrevista para o Uol, o CEO da Estapar André Iasi avalia que a tecnologia e a mudança de hábitos da população nos grandes centros estão levando os estacionamentos de carros a se tornarem grandes hubs de mobilidade. Segundo ele, no futuro será possível recarregar o carro elétrico, pegar uma bicicleta ou patinete pelo aplicativo, ou ainda levar ou devolver o carro autônomo.

 

Veja trecho desta entrevista a seguir: 

 

Há espaço para o crescimento dos estacionamentos nos grandes centros com a chegada dos aplicativos de mobilidade? 

Sim, o que está acontecendo na indústria de estacionamento e na mobilidade urbana como um todo é uma adequação ao comportamento da sociedade. Os equipamentos de infraestrutura de mobilidade precisam evoluir. Novas formas de se locomover passam a existir. Isso é algo que está bastante presente atualmente nos grandes centros, inclusive no Brasil. 

 

O que exatamente está para se tornar esse negócio?

O estacionamento tem cada vez mais importância. Ele deixará de ser apenas um local onde você estaciona veículos para virar um grande hub de mobilidade, onde serão guardados e retirados patinetes e bicicletas, veículos elétricos serão carregados. Terão área de embarque e desembarque de aplicativos e muito mais. Os estacionamentos estão cada vez mais tendo essas funções.

 

Quando o senhor imagina que se dará essa transformação? 

Isso acontecerá conforme as novas modalidades de locomoção estão evoluindo. Na Estapar, temos várias operações que atuam nessas frentes. Por exemplo, no aeroporto Santos Dumont [Rio de Janeiro], temos uma área só para entrada e saída de aplicativos. Em breve teremos outras pelo Brasil. Há várias áreas hoje que são destinadas à locação pelas empresas de aluguel de carro tradicionais. Assim como também já temos áreas para bicicletas, para retirada e entrega, e estamos em negociações com várias empresas de patinete. Posso dizer que essa realidade já está ocorrendo, mas, obviamente, a escalada disso vai ocorrer quando esses modais ganharem ainda mais importância nas grandes cidades. 

 

Muito se fala sobre congestionamentos nos grandes centros. Há possibilidade de no futuro próximo o trânsito travar definitivamente? 

O ecossistema da mobilidade urbana é algo extremamente complexo. Ninguém pode subestimar ou achar que o exemplo que funciona em Paris [França] vai funcionar em São Paulo e que é igual ao de Belo Horizonte. É preciso olhar relevo, clima, cultura, como a cidade está distribuída. Acredito que as cidades e o ecossistema de mobilidade vão se adequando. Se a cidade estiver parando, os governantes irão canalizar mais dinheiro para o metrô, talvez. Os planos diretores devem fazer com que as pessoas se locomovam por menores distâncias, e assim tirar a pressão da via pública. Os ecossistemas de mobilidade irão criar alternativas de transporte, talvez o drone. Acredito que naturalmente os centros urbanos vão se ajustando para que o trânsito não chegue a travar. Mas temos, de fato, em alguns dias, algumas regiões que ficam quase travadas. É algo para se preocupar muito, de fato. 

 

Para acessar na íntegra a entrevista com o CEO da Estapar, André Iasi, clique aqui. Na página do UOL está disponível a entrevista em três formatos: para ser lida, ouvida (podcast) ou acompanhada em vídeo.

 

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