Dados preocupantes em relação aos pedestres da capital acima dos 60 anos de idade fecharam a Semana da Mobilidade 2019, promovida pela Secretaria Municipal de Mobilidade e Transportes e encerrada nesta quarta-feira (25).
De acordo com o Infosiga SP, sistema de dados gerenciado pelo programa Respeito à Vida, do governo estadual, de janeiro a agosto 101 idosos morreram atropelados na cidade, uma elevação de mais de 10% diante dos 91 mortos no mesmo período do ano passado.
Para especialistas em trânsito, o aumento na expectativa de vida da população não tem sido acompanhado de técnicas para manter a capacidade de visão e de reação como a de um jovem diante do risco nas ruas e avenidas.
Faixas de pedestres
"O fundamental é fazer o motorista respeitar a faixa de pedestre", diz Creso de Franco Peixoto, professor de engenharia civil na FEI (Faculdade de Engenharia Industrial) e na Unicamp (Universidade de Campinas).
"O que precisa é panfletar [campanhas], conceituar [educação de trânsito] e enfiar a mão no bolso do motorista que insiste avançar na faixa", diz.
Segundo o especialista, podem ser adotadas medidas como as que têm sido feitas por outras metrópoles como Londres, que reduziu a velocidade para 30 km/h nas vias e instalou iluminação específica nas laterais das faixas de pedestres.
A Secretaria Municipal de Mobilidade e Transportes, gestão Bruno Covas (PSDB), diz que lançou o Plano de Segurança Viária - Vida Segura, que está em execução desde abril e que "utiliza como premissa o conceito de Visão Zero de que nenhuma morte é aceitável no trânsito".
Nesse sentido, foi criado, por exemplo, o programa Pedestre Seguro, que afirma estar ampliando em 20%, em média, o tempo da travessia nos cruzamentos semafóricos da capital.
Leia também:
Mortes de ciclistas em SP crescem 220% e batem recorde
Para idosos: como evitar quedas nas caminhadas cotidianas
OMS sugere cinco medidas para reduzir a velocidade nas cidades