MPF pede construção de ciclofaixa na BR-101 entre Natal e Parnamirim

Órgão aponta risco para ciclistas e falta de solução em obras em andamento na via. Faixa deverá ocupar o trecho, até a execução de ciclovia definitiva

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Fonte: MPF/ Ascom  |  Autor: MPF  |  Postado em: 12 de agosto de 2019

BR-101, em obras, não traz soluções a pedestres e

BR-101, em obras, não traz soluções a pedestres e ciclistas

créditos: Tribuna do Norte/ Reprodução

O Ministério Público Federal (MPF) ingressou com ação civil pública que pede a implantação de ciclofaixa na BR-101, entre os municípios de Natal e Parnamirim (RN). Segundo o órgão, o trecho passa por obras de reformulação que não oferecem solução para a circulação de veículos não motorizados e põem em risco a segurança de ciclistas.

 

Ainda segundo o MPF, ao priorizar o tráfego de automóveis, as obras descumprem a Política Nacional de Mobilidade Urbana (Lei nº 12.587/2012), que estabelece como diretriz a “prioridade dos modos de transportes não motorizados sobre os motorizados”. As obras também estão em desacordo com a Lei Municipal nº 349/2011, de Natal, que exige a destinação de espaço para ciclistas e cadeirantes em todas as construções de locomoção pública. Além disso, o projeto aprovado pelo Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit) não foi integrado aos planos de mobilidade urbana dos municípios.

 

Em pedido liminar, o MPF sustenta que o Dnit e as prefeituras devem implementar a faixa compartilhada como solução temporária, até haver disponibilidade de recursos para a construção da ciclovia – via segregada, com separação adequada de veículos motorizados e pedestres. Em parecer, o próprio órgão observou “a situação atual de severa restrição ao tráfego em condições seguras para os ciclistas no segmento (…), compreendendo uma extensão de 13,2 km de travessia urbana em área densamente povoada e em acelerado processo de urbanização”.

 

O Consórcio Natal-Parnamirim, responsável pelas obras, argumenta que o fluxo de ciclistas na área é reduzido. Porém, há estudos que apontam para a passagem de mais de 200 veículos não motorizados por dia no trecho – número considerado expressivo pelo MPF. 

 

A ação, de autoria do procurador da República Fernando Rocha, defende que “a maior preocupação do Dnit deveria ser com a segurança nos deslocamentos das pessoas, a qual é um dos princípios da Política Nacional de Mobilidade Urbana (…) No entanto, o que se observa é que a autarquia federal mais está preocupada com o quantitativo daqueles que se deslocam do que efetivamente garantir a segurança destes”.

 

São, ainda, princípios da política nacional a acessibilidade universal, o desenvolvimento sustentável e a segurança nos deslocamentos. Assim, “a implementação da ciclovia ou ciclofaixa, além de representar uma inclusão social na mobilidade urbana, também representa a busca por uma maior segurança no trânsito, bem como a promoção dos compromissos climáticos assumidos pelo Brasil”, reforça a ação.

 

O MPF pede, também, que seja aplicada multa diária de R$ 5 mil em caso de descumprimento da decisão. A ação tramita na 5ª Vara da Justiça Federal no RN, sob o número 0808367-57.2019.4.05.8400.

 

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