Foi aprovada nesta quinta-feira (4), pelo governo de Portugal, a "Estratégia Nacional para a Mobilidade Ativa Ciclável (Enmac)", que prevê a construção de 8 mil km de malha cicloviária no país até 2030. Este número deve somar aos atuais 2 mil km existentes, e chegar ao total de 10 mil km de vias exclusivas para bicicletas nesse prazo em todo o território.
O governo anunciou que buscará várias iniciativas de investimento para viabilizar o audacioso plano, utilizando inclusive 300 milhões de euros do programa Portugal Ciclável.
Aprovado em reunião do conselho de ministros, a Estratégia prevê ainda a promoção do uso da bicicleta com a implementação de "mais de 50 medidas ao longo da próxima década, o investimento na construção de ciclovias e a aposta na mudança de hábitos dos portugueses", diz em nota o gabinete do ministro do Ambiente e da Transição Energética.
O objetivo de atingir 10 mil km em uma década revela a intenção das autoridades portuguesas de aumentar a porcentagem de deslocamentos com bicicleta no território nacional de 1% para 7,5%, índice que corresponde à atual média europeia. Com o aumento da infraestrutura cicloviária, a expectativa é reduzir para metade os acidentes nas ruas com peões (pedestres) e ciclistas.
Outras ações
Entre as principais medidas anunciadas, está a inclusão do ciclismo como matéria extracurricular do 1º ciclo ao curso secundário; a avaliação da cobertura estendida do seguro escolar para as viagens dos alunos entre casa e escola; o fomento de sistemas públicos de bicicletas compartilhadas; e a introdução de matéria específica nas escolas de condução, para consciencializar os futuros motoristas dos cuidados que devem ter com ciclistas e peões, elementos mais vulneráveis no trânsito.
Com o plano, o objetivo do governo é "reconhecer a bicicleta como uma peça fundamental da cadeia de mobilidade, cada vez mais acessível, diversificada, segura e adaptada às necessidades e trajetos da população", disseram. Também estão nas intenções proposta o aumento do uso da bicicleta para "aliviar os congestionamentos, reduzir o ruído urbano, diminuir as emissões e libertar o espaço público hoje ocupado pelos automóveis", defendeu o executivo.
A concretização da Estratégia 2020-2030 visa ainda "garantir os compromissos nacionais e internacionais assumidos por Portugal no domínio da sustentabilidade, dos quais se destaca o Acordo de Paris".
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