Patinetes elétricos: dúvidas, problemas e soluções do novo modal

O veículo já domina as ruas de algumas metrópoles brasileiras, mas afinal, as cidades estão prontas para recebê-lo?

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Fonte: theenemy  |  Autor: Breno Deolindo/ Mobilize (edição)  |  Postado em: 17 de maio de 2019

Os patinetes estão por todo lado, mas não regulame

Os patinetes estão por todo lado, mas não regulamentados

créditos: Divulgação/ Yellow

Veículo ágil, prático, e no entanto polêmico, o patinete elétrico é cada vez mais visto pelas ruas de São Paulo, Rio de Janeiro, Santos, Vitória, Fortaleza e São José dos Campos, e outras cidades brasileiras.

 

Duas grandes marcas gerenciam o meio de transporte: a Yellow, de origem brasileira, que inovou ao trazer para cá o sistema de aluguel de bikes sem estação; e a Grin, mexicana, a maior empresa de patinetes elétricos na América Latina. Ambas as empresas agora se fundiram e formaram a Grow. E há ainda outras opções, como a Scoo e a TemBici, a das famosas bicicletas laranjas do Itaú.

 

Para utilizar os patinetes, o usuário procura o veículo disponível mais próximo, por meio de aplicativo, e desbloqueia a trava usando um QR Code. Depois de usar, basta devolvê-lo em alguma das estações. Tudo bastante simples, mas ainda com pontos importantes a serem equacionados pela Grow e as outras empresas para seu uso seguro.

 

Primeiro ponto: não há ainda regulamentação plena desse modal. Até o momento, apenas a prefeitura de São Paulo ditou algumas regras que deverão ser seguidas em breve. Já no Rio, a ordem é tão somente seguir as regras locais de trânsito.

 

Em São Paulo

Como dito, a prefeitura paulistana determinou, em resolução municipal publicada no Diário Oficial do último dia 14, algumas regras para a utilização dos veículos. 

 

Entre elas, foi determinado que não usar capacetes ou transitar com patinetes em calçadas poderá gerar multas para as empresas responsáveis, e que é responsabilidade delas repassar a cobrança para seus usuários. Também só será permitido usar os patinetes em ciclovias, ciclofaixas e vias com velocidade máxima de 40 km/h. Outra regra importante é a velocidade do patinete, que não deverá ultrapassar o limite de 20 km/h.

 

A diretora de participação pública do Ciclocidade, Aline Cavalcante, questiona alguns pontos dessa regulamentação: “Somos contra a regulamentação da obrigatoriedade do capacete [...] Se você cria essa obrigação, pode ao mesmo tempo desestimular o uso do meio de transporte”, afirma.

 

De fato, a obrigatoriedade do capacete levanta diversas questões: os usuários terão que carregar o capacete consigo mesmo quando não estão pilotando? Ele será fornecido pela própria empresa? Se sim, haverá alguma ferramenta de higiene?

 

Para Aline, o que parece estar errado é o foco do debate; ela entende que melhor seria direcionar as discussões para a segurança viária como um todo, não apenas ao uso do capacete: “Só se conseguirá eficiência em uma discussão sobre segurança quando se reduzir a velocidade dos carros, por exemplo”.

 

Quanto a estabelecer um limite de velocidade para o patinete, ela acredita ser um passo na direção correta; mas ainda longe do ideal: “O patinete alcança velocidades de 0 a 20 em muito pouco tempo. Daí você coloca para dirigi-lo pessoas que não tem qualquer experiência, que muitas vezes nunca nem andaram de bicicleta. Isso é a fórmula para dar errado”, reflete.

 

Como explica um porta-voz da Grow: “Estamos em contato constante com as autoridades municipais para colaborar no que for possível na construção de uma regulamentação inteligente, que aumente a oferta de mobilidade na cidade”.

 

Vale destacar que ainda não há uma regulamentação federal que cite nominalmente os patinetes. Assim, mesmo o município tendo o direito de estabelecer regras para credenciamento e fiscalização das empresas, o que deverá prevalecer será essa futura norma, ainda por ser criada pelo Contran (Conselho Nacional de Trânsito). 

 

Infraestrutura

Mas como os patinetes já estão por aí, por toda parte, a pergunta que fica é: São Paulo e outras cidades do país estão prontas para receber esse meio de transporte? Um porta-voz da Yellow avalia que “as cidades que melhor recebem os patinetes são aquelas com melhor infraestrutura cicloviária, pois são as que possibilitam maior segurança e conforto aos usuários nos seus deslocamentos”.

 

Nesse sentido, o Brasil ainda tem muito que avançar. Basta ver a consultoria dinamarquesa Copenhagenize, que, a cada biênio, ranqueia as cidades mais amigáveis a bicicletas no mundo. Em seu top 20 de 2017 (os resultados de 2019 ainda não foram revelados), a entidade não incluiu nenhuma cidade brasileira.

 

Para ler a reportagem completa, clique aqui. 


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