Um celular dificilmente suporta um dia todo de uso intenso longe da tomada. Um ônibus elétrico, tampouco.
Para resolver o problema da falta de autonomia destes veículos, um experimento na cidade de Genebra busca uma nova saída: colocar pontos de recarga nas paradas pelo caminho.
Assim, durante o embarque dos passageiros, o ônibus ergue uma espécie de plugue, que se conecta a uma base e recebe uma carga de energia de 600 KW em 20 segundos. Essa recarga concentrada abastece a bateria e dá energia para seguir viagem até a próxima base.
O modelo lembra o dos trólebus, mas sem a necessidade de esticar fios pelas ruas. O carregador no ponto é ligado na rede elétrica regular, de modo subterrâneo. Junto ao ponto, ficam equipamentos para adaptar a corrente elétrica.
O teste com esse sistema, chamado Tosa, começou em dezembro de 2017 em Genebra. Ele também está em uso em Nantes, na França. Ao todo, 12 ônibus alimentados por esta tecnologia já percorreram 500 mil quilômetros, segundo a fabricante ABB (Asea Brown Boveri).
No Brasil
A empresa pretende trazer essa tecnologia ao Brasil e debate com fabricantes como fazer isso. "O grande desafio está em ter ônibus adequados. Estamos em desenvolvimento com integradores para produzir veículos elétricos compatíveis, com fornecedores locais do Brasil", diz Glauco Freitas, vice-presidente de marketing e vendas da divisão de Power Grids da ABB.
"Esperamos que o governo crie uma regulação clara, algo que falta, e que também dê incentivos. Essa transição [do diesel ao elétrico] vai exigir dinheiro", disse Freitas ao blog.
A expectativa é que a regulação para os ônibus elétricos saia após uma consulta pública realizada pela Aneel, cujas conclusões devem ser publicadas até setembro.
Leia também:
Cidade da Polônia terá ônibus elétricos movidos a energia solar
Cidades brasileiras não substituem suas frotas de ônibus poluentes
Scania lança ônibus movido a biometano e GNV
Suécia vai construir sua segunda rodovia elétrica
Transmillenio vai operar maior ônibus elétrico do mundo
Ônibus elétrico da UFSC lança campanha para manter o projeto