Monotrilho tem vida útil 6 vezes maior do que BRT, diz estudo

Pesquisa da PUC de Goiás aponta que ramal sobre trilhos tem duração de 30 anos, enquanto que o tempo médio do corredor de ônibus é de cinco anos

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Fonte: Diário do Grande ABC  |  Autor: Daniel Macário  |  Postado em: 24 de abril de 2019

Imagem simula o monotrilho do ABC em operação

Imagem simula o monotrilho do ABC em operação

créditos: Reprodução

Estudo elaborado por especialistas da PUC (Pontifícia Universidade Católica) de Goiás aponta que o monotrilho chega ter tempo de vida útil seis vezes superior ao do BRT (Bus Rapid Transit). Quando comparado o período estimado de operação de cada modal, o sistema sobre trilhos aparece com longevidade de 30 anos e o corredor de ônibus de alta velocidade, mesmo com manutenção regular, sequer ultrapassa prazo de cinco anos.

 

Os dois modelos são estudados como alternativa para efetivar a construção do sistema que ligará municípios do Grande ABC à capital paulita. A informação foi confirmada nesta semana pelo governador João Doria (PSDB). A expectativa é a de que a definição ocorra até junho.

 

Elaborado com base em dados da ANTP (Associação Nacional de Transportes Públicos) e de fabricantes dos modelos, o estudo mostra que, apesar de ter custos mais elevados de implantação, o monotrilho, a médio prazo, pode ter operação mais econômica do que o BRT. É o que explica o professor de transportes e trânsito do Instituto Federal de Goiás Fábio de Souza, responsável pela elaboração do estudo: “Numa análise de engenharia financeira, em 30 anos de vida útil o monotrilho, metrô leve e VLT podem ser mais econômicos do que o BRT e ter menor custo por passageiro transportado”.

 

Para chegar a este cálculo, além de informações das fabricantes dos veículos, foi levada em consideração a manutenção periódica exigida em cada modal. No caso do BRT, por exemplo, consta a necessidade de intervenção regular no asfalto a fim de garantir a operação do sistema. “Se não houver manutenção do corredor, a tendência é de saturação do sistema a curto prazo, o que não ocorre no monotrilho”, afirma Antônio Pasqualetto, especialista em desenvolvimento e planejamento territorial da PUC Goiás.

 

BRT do Rio

Coordenador do estudo, Pasqualetto cita os problemas recorrentes dos corredores existentes no Rio de Janeiro. Construído em 2012, o sistema tem sofrido, de forma precoce, com falhas que vão desde buracos no asfalto até a falta de um sistema de drenagem. 

 

Em Goiás, o sistema de BRT também apresenta problemas. Além das falhas no corredor, há reclamações de veículos antigos e terminais com problemas de infraestrutura. “O BRT do Rio e o de Goiás são exemplos dos problemas causados pela curta vida útil do modal”, ressalta Pasqualetto. “Com base nessas informações, é possível dizer que o monotrilho é uma opção eficaz e capaz de competir com o BRT”.

 

Linha 18-Bronze

Embora o projeto original da Linha 18-Bronze tenha o monotrilho como modelo escolhido, o alto custo com as desapropriações ao longo do traçado – cerca de R$ 600 milhões – tem atrasado o início das obras e fez o estado repensar o modelo. 

 

O projeto prevê que o sistema tenha 13 estações, saindo de Tamanduateí, em São Paulo, até São Bernardo, em trajeto que passará por São Caetano e Santo André, na região metropolitana.

 

Abaixo-assinado

Após se tornar pública a possibilidade de troca do monotrilho na Linha 18-Bronze para um sistema de corredor de ônibus do tipo BRT, um abaixo-assinado foi criado na internet contra a medida. Até a tarde de hoje (24), a petição já contava com cerca de 800 assinaturas.

 

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