Em 2016 a Google lançou um divertido vídeo que mostrava sua nova criação: uma bicicleta autônoma, que circulava sem a necessidade de condutor. Era uma brincadeira de 1º de abril, mas a peça pegou muita gente desprevenida pelo mundo.
Mas, agora, no mês passado, a Sram, uma empresa de componentes de bicicletas, estreou um sistema de transmissão eletrônica sem fio, que muda as marchas e pode ser personalizado com um aplicativo móvel, chamado AXS. Antes, em dezembro, a empresa Fox Racing Shox havia lançado o Live Valve, um sistema de suspensão controlado eletronicamente que reage quase instantaneamente ao terreno. E no ano anterior a Shimano lançou um modo de mudança de marchas automático para o sistema Steps e-bike.
Mas a coisa realmente mais divertida deve vir a seguir: sistemas que conversam entre si, criando uma espécie de singularidade de duas rodas que permitirá que a a bicicleta faça uma série de operações, exceto andar sozinha.
A tecnologia digital não é nova no ciclismo; sistemas de deslocamento e suspensão eletrônicos apareceram pela primeira vez na década de 1990. Mas esses esforços iniciais, que o antigo gerente de produtos da Shimano, Dave Lawrence, chama de “grandes, volumosos e complicados”. Não pegaram, mas apontavam tendências para o futuro das magrelas.
A evolução atual avança rapidamente, com a melhoria das baterias, novos protocolos de comunicação e tecnologia de sensores, tudo conectado por smartphones e dispositivos conectados. Por exemplo: acelerômetros que mudam o amortecimento da suspensão em apenas três milissegundos após detectar um impacto. "Há 20 anos, esses acelerômetros custavam 100 dólares e eram enormes", diz Everet Erickson, gerente de engenharia do Advanced Development Group da Fox. "Agora eles custam 40 centavos e encaixam-se tão bem no quadro que você precisa olhar de perto para percebê-los", lembrou Erickson.
Os sistemas de deslocamento eletrônico Shimano e Sram agora oferecem personalização para o usuário, incluindo a possibilidade de combinação prévia de engrenagens para a eficiência do sistema de câmbio. Os ciclistas podem controlar tudo isso a partir de apps de celulares e podem também ativar lembretes de manutenção com base nos dados registrados sobre o uso do câmbio no dia-a-dia.
Ainda mais: o radar Var, da empresa Garmin, pode detectar veículos em ultrapassagem e iluminar a lanterna traseira da bicicleta em resposta. Ao mesmo tempo, o GPS Garmin no guidão avisa ao ciclista a velocidade de aproximação relativa do veículo.
O que essas tecnologias ainda não fazem é conversar entre si. Mas isso provavelmente mudará em breve, prevêem os especialistas. Daí, as bikes começarão a pensar?
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