A Uber se livrou da culpa pelo acidente com um carro autônomo que matou Elaine Herzberg, de 49 anos, em março de 2018, em Tempe, no estado americano do Arizona. A decisão foi publicada nesta terça-feira (6) em comunicado da promotora Sheila Sullivan Polk, responsável pela investigação, que informou que “não há base para responsabilidade criminal”.
Além disso, investigações revelaram que a Uber desabilitou os freios de emergência do Volvo XC90 usado no teste e que o sistema de segurança estava configurado com uma sensibilidade em um nível excessivamente baixo, razão pela qual o veículo até chegou a detectar a pedestre, mas seguiu em frente como se estivesse diante de um falso positivo. Lembrando, o carro trafegava a cerca de 60 km/h quando atingiu Elaine, que cruzava a rua de bicicleta, durante a noite. Segundo as investigações, o veículo estava no modo autônomo.
Motorista segue investigada para determinar se ela “poderia ou deveria enxergar naquela noite (...) as condições de iluminação e outros fatores relevantes”
A promotora não justificou o motivo de não ter encontrado responsabilidade criminal contra a Uber. Ela recomendou que os vídeos sejam analisados por especialistas para descobrir o que a motorista estava vendo no momento do acidente. Rafaela Vasquez ainda poderá ser considerada culpada por homicídio.
O caso segue sendo investigado por outros órgãos de segurança dos Estados Unidos, como a National Transportation Safety Board (NTSB) e a National Highway Traffic Safety Administration (NHTSA), que podem concluir de quem é a culpa pelo acidente.
Enquanto isso, a Uber voltou parcialmente com os testes com carros autônomos, mas com várias restrições: eles só circulam em uma pequena área da cidade de Pittsburgh, apenas em boas condições de tempo e com dois motoristas humanos nos bancos da frente. O programa foi encerrado no Arizona e ainda não foi retomado em San Francisco e Toronto.
O acidente que vitimou Elaine foi o primeiro envolvendo um carro autônomo e levantou o debate jurídico sobre as responsabilidades, já que não existem legislações sobre o tema. Em entrevista ao “New York Times”, Frank Douma, pesquisador do Centro de Estudos sobre o Transporte da Universidade de Minnesota, considerou que o anúncio da promotoria é vago por não determinar as responsabilidades.
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