Bicicletas fazem (ou fizeram) parte do dia a dia de todas as cidades brasileiras. Bem mais do que transportar pessoas (ou cargas), as bikes cumprem papeis de socialização entre moradores de todas as localidades, grandes ou pequenas. Assim é bem-vinda a edição do livro "O Brasil que Pedala", uma coletânea de textos sobre o uso da bicicleta em onze pequenas cidades brasileiras.
Muito mais do que bicicletas, o livro proporciona um mergulho na vida das cidades, sua história, hábitos e atividades econômicas. Alguns textos são muito saboorosos, como o que apresenta a cidade de Afuá, na Ilha do Marajó, talvez a única localidade no Brasil onde os carros não entram.
A propósito, o principal alerta presente em todos os textos mostra o crescimento geométrico das frotas de carros e de motos, fenômeno induzido pela indústria com forte apoio do financiamento bancário. Alías, já abordamos o tema aqui, quando notamos a gradativa substituição de bikes por motos na longínqua cidade de Mompós, na Colômbia.
O Brasil que Pedala foi organizado por André Soares e Daniel Guth, com prefácio de Clarice Cunha Linke e textos de vários autores, em geral membros de organizações de ciclistas com experiência em pesquisa e promoção da bicicleta. Foi publicado pela Editora Jaguatirica e contou com apoio do Itaú Unibanco.
Onze cidades com até 100 mil habitantes são retratadas: Afuá (PA), Antonina (PR), Cáceres (MT), Gurupi (TO), Ilha Solteira (SP), Mambaí (GO), Pedro Leopoldo (MG), Pomerode (SC), São Fidélis (RJ), Tamandaré (PE) e Tarauacá (AC).
Ficha técnica
O Brasil que Pedala
André Soares e Daniel Guth (org.)
Editora Jaguatirica
255 páginas
Preço: R$ 45,00
Para comprar, acesse o site da Jaguatirica
A propósito, há também o filme quase homônimo da cicloativista Renata Falzoni
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