Há uma semana a imprensa paranaense destacou o anúncio de um plano da Prefeitura de Curitiba de construir 200 km de novas vias e dobrar a quilometragem de ciclovias da cidade até 2025. O anúncio foi recebido com desconfiança pela população local porque não parecia corresponder aos planos desenvolvidos em governos municipais anteriores, com ampla participação das organizações de ciclistas curitibanas. Com esse plano finalizado, Curitiba teria mais 200 km de vias para bicicletas, o correspondente a 8,5% do total dos 4,8 mil km da malha viária.
Ontem (12), o Instituto de Pesquisa e Planejamento Urbano de Curitiba (Ippuc) publicou em seu site o documento que embasa as proposições do prefeito Rafael Greca. A proposta da Prefeitura será aberta à primeira discussão na reunião do Conselho da Cidade (Concitiba), prevista para a segunda semana de março, no auditório do instituto. O Plano de Estrutura Cicloviária integra o Plano Setorial de Mobilidade, que está em revisão e atualização pelo Ippuc.
Mapa do plano proposto pelo Ippuc
“O plano já está disponível à consulta de toda a população pela internet. E será aberto ao debate na reunião do Concitiba, o conselho que reúne representantes de movimentos populares, da iniciativa privada e congrega diversos segmentos da sociedade organizada”, observa o presidente do Ippuc, Luiz Fernando Jamur.
O plano, segundo Jamur, favorece a intermodalidade ou multimodalidade de transporte. Prevê um sistema integrado por laços de conexão, que ligam, por meio de sinalização ou infraestrutura, os setores não contemplados à estrutura cicloviária mais próxima.
Primeira etapa
A fase inicial, prevista para começar em 2019, prevê a ampliação da malha cicloviária em cerca de 14% com a implantação de mais 28,8 km de ligações cicloviárias importantes e integradas aos eixos de transporte da avenida República Argentina e rua Padre Anchieta a universidades e locais de grande fluxo de pessoas.
Com a realização da primeira etapa do plano, Curitiba chegará a um porcentual de 4,93% de vias urbanas destinadas à ciclomobilidade. O número é bem próximo aos 5% preconizados pela legislação que determina a construção de ciclofaixas e ciclovias de maneira integrada ao transporte coletivo. Hoje, a estrutura cicloviária implantada na cidade tem 208,5 km de extensão e equivale a 4,34% da malha viária.
Fazem parte do traçado na primeira fase do plano 9,5 km de ciclofaixas junto ao eixo Centro-Oeste de transporte, ligando a região central à Universidade Positivo e à UTFPR; 6 km de ciclofaixas da praça do Japão à Fazendinha, pelo eixo da República Argentina; 1,4 km integrando a Praça do Japão ao Santa Quitéria, permitindo a ligação via 7 de Setembro e Arthur Bernardes; 5,8 km de ciclovias na extensão da Linha Verde Norte, desde as proximidades da avenida Victor Ferreira do Amaral até a estação Atuba; 3,5 km no trecho intercampi da UFPR, integrando as unidades de Agrárias e Comunicação, na região do Cabral, Juvevê e Hugo Lange; e 2,6 km na ligação Tarumã/Linha Verde, no entorno do empreendimento do Park Jóquei Shopping.
Segundo o plano, o novo terminal de transporte do Tatuquara, com obras já encaminhadas, terá bicicletário com 108 vagas e estrutura de vestiário para atender aos ciclistas. Nos terminais do Hauer e Campina do Siqueira, que serão reconstruídos, haverá mais 108 vagas em cada e estruturas de vestiários.
Gráficos mostram estado de conservação das ciclovias em Curitiba
Tipos de estrutura
Os planos prevêem diversos tipos de estruturas cicloviárias, entre ciclovias, ciclofaixas, ciclofaixas sobre a calçada, vias compartilhadas, ciclorrotas e passeios compartilhados. A classificação definida no plano está fundamentada conforme os parâmetros estabelecidos no Código de Trânsito Brasileiro (Lei Federal 9.503/97) e devidamente adaptadas às tipologias existentes no âmbito local.
Leia o Plano Cicloviário de Curitiba (clique)
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