Árvores são seres vivos importantes em qualquer ambiente urbano. Oferecem sombra, ajudam a melhorar a permeabilidade do solo e a umidade do ar, reduzem o calor, a poluição do ar e sequestram carbono.
Não por acaso, desde o século 19 todas as cidades do mundo desenvolveram intensos programas de arborização urbana. No entanto, quando mal plantadas, muitas vezes há 50 ou 60 anos, as mesmas árvores podem trazer sérios problemas para a pavimentação, as tubulações subterrâneas e também para a acessibilidade nas calçadas.
Nesta semana publicamos um pequeno texto com um breve desafio aos arquitetos, engenheiros, paisagistas e demais desenhadores de cidades. Tomamos como base uma foto na cidade de Cascavel (PR) para mostrar um problema bastante comum, quando as raízes rompem o calçamento e transformam-se em obstáculos a idosos, cadeirantes e toda pessoa com mobilidade reduzida. Recebemos dezenas de comentários com sugestões, desde a remoção sumária até a construção de praças de passagem no entorno dessas velhas senhoras. Algumas boas ideias incluem a construção de calçadas elevadas, como pequenas pontes, para vencer as raízes sem ferí-las. Outros sugerem o alargamento da calçada, com a redução das faixas de asfalto, mantendo-se a árvore em seu lugar original. Vamos ouvir a opinião de alguns especialistas e voltar ao assunto com mais argumentos.
Construção de "ponte" para pedestres na rua Consuelo Ferraz de Castro, em Jundiaí (SP) Foto: Prefeitura de Jundiaí
Afinal, o caminho do pedestre deve estar sempre livre. Mas não é o que se vê em várias infraestruturas do país, como a passarela da Praça da Bandeira, no Rio de Janeiro, objeto de um vídeo da organização Caminha Rio. Para atravessar uma avenida, pedestres são obrigados a subir escadarias e enfrentar a escuridão na estreita passagem. Não seria mais lógico uma travessia em nível, com uma simples faixa de pedestres?, questiona a ativista Tathiana Murilo.
Do outro lado da Baía da Guanabara, em Niterói, vem o artigo de Guilherme Pfeffer, que discute os ganhos de transporte obtidos com a instalação do primeiro bicicletário fechado da cidade, bem próximo à estação das barcas. Construído há um ano, o Bicicletário da Praça Araribóia acabou trazendo mais segurança para os ciclistas e uma inteligente integração de dois modos sustentáveis de transporte. Resultado: mais gente usando bicicletas na cidade fluminense. Bom exemplo!
Destacamos, também a adoção dos primeiros trens movidos a células de hidrogênio, na Alemanha, e em breve na Inglaterra, segundo informações da fabricante, a francesa Alstom. E, na cidade de Franca (SP), a experiência realizada pela Scania, que testou um ônibus movido com o biometano gerado por uma estação de tratamento de esgotos da Sabesp. Duas excelentes alternativas para o transporte coletivo limpo e sustentável.
Por fim três dicas: O desafio Clean Energy Challenge 2018 estendeu até 5 de dezembro o prazo para inscrição de projetos de mobilidade com energia limpa aplicáveis na cidade de São Paulo. Ainda: dia 29 de novembro o Mobilize voltará a Cascavel, no oeste do Paraná, para participar do evento Conecta Cities. Inscreva-se e compareça! Por fim, lembramos que o nosso diretor Ricky Ribeiro será um dos dez homenageados na premiação Trip Transformadores, que acontece no dia 22 de novembro, em São Paulo.
Bom final de semana a todos!
Equipe Mobilize Brasil
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Em Jundiaí (SP), calçada suspensa é novidade