Até o final do ano, o governo de SC pretende implantar o transporte marítimo na ligação Ilha-Continente, na Grande Florianópolis. Os pontos de embarque e desembarque estão definidos: ficarão nos fundos da passarela Nego Quirido, no centro da capital, e na região da Ponta de Baixo, no município de São José.
Mas, para que esse prazo seja cumprido, ainda há problemas a resolver. O primeiro deles, conforme admitiu nesta terça-feira (6) o proprietário da empresa responsável por operar os catamarãs, refere-se à entrega das embarcações.
O problema no momento, afirmou Raul Machado, da empresa que fabricará os catamarãs, a BB Barcos, é de ordem técnica. Duas embarcações, com 190 lugares cada, estão previstas para fazer o trajeto diário entre São José e a Capital, na primeira fase do projeto. Acontece que só uma delas deverá ficar pronta até janeiro, avisou o empresário. A outra barca, explicou, apenas no final do primeiro mês de 2019.
Preço e integração
Outra questão não resolvida é a falta de integração tarifária e física entre as embarcações e o sistema de transporte coletivo. Segundo Machado, as negociações ainda estão em andamento com o Consórcio Fênix para a implantação de uma linha de ônibus circular entre o Terminal Integrado do Centro (Ticen) e o trapiche atrás da passarela Nego Quirido. A informação foi confirmada pelo secretário de Mobilidade Urbana de Florianópolis, Marcelo Silva, em entrevista a Rádio CBN.
"O edital de licitação de 2014 me dá a prerrogativa de ampliar, extinguir ou criar novas linhas também. Então se tivermos o transporte marítimo, não há impossibilidade nenhuma de eu criar uma linha circular passando próximo ao local, pegando aqueles passageiros e trazendo para o terminal de integração. A prefeitura tem essa prerrogativa", declarou Silva.
Para o dono das embarcações, o valor pago pelo usuário que sair de São José para entrar na Ilha ficará em torno de R$ 24, se for somado os R$ 9 previstos pela passagem de barco, mais as tarifas de ida e volta em São José. Mas, para isso ocorrer, será necessária a integração tarifária na Ilha. Raul Machado diz que pretende instalar ainda bases para passageiros em outros pontos de São José e Palhoça. O assunto será discutido com as prefeituras das duas cidades.
Obra no trapiche
Na semana que vem devem ser começadas as obras de recuperação do trapiche no lado Insular, informou o empresário da BB Barcos. Já no ponto de embarque e desembarque da região Continental não serão necessárias intervenções, disse ainda.
Licenças
Outra etapa antes de dar início ao novo transporte por mar é a aprovação de todas as licenças necessárias. Na terça (6), o presidente do Departamento de Transportes e Termianis de SC (Deter), Fulvio Brasil, se reuniu com o Instituto de Meio Ambiente (IMA) para protocolar o pedido de licença ambiental de instalação. Depois ainda será necessária a licença de operação, também do IMA. Por último, a Marinha precisa emitir um documento autorizando o tráfego de veículos na Baía Sul.
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