Bicicleta elétrica não é motocicleta e sim, faz muito bem à saúde. A comprovação foi feita em estudo publicado pela revista Clinical Journal of Sport Medicine, da Universidade da Basileia (Suíça). Os pesquisadores avaliaram dois grupos, no total de 32 pessoas, todas sedentárias e com sobrepeso. Dezessete voluntários usaram esse meio de transporte para ir ao trabalho pelo menos três vezes na semana. Enquanto isso, outros quinze voluntários fizeram o mesmo, mas com bicicletas convencionais. Após um mês, a primeira turma teve um ganho cardiorrespiratório similar ao do segundo grupo.
“Essa medida tem se mostrado um importante fator para mensurar a mortalidade por doenças cardíacas e outras causas”, explica Cristoph Höchsmann, autor do trabalho. Ele lembra que há diferentes níveis de assistência do motor à pedalada e explica que a e-bike não faz tudo pelo usuário.
“E, mesmo que o motor esteja no máximo, só para mover as pernas já há gasto energético”, nota o educador físico Rodrigo Bini, da Universidade La Trobe, na Austrália. Sem falar no trabalho corporal apenas para manter o equilíbrio.
Porém, ele diz que o resultado suíço não pode ser extrapolado para pessoas que já são ativas. “Em estudo recente, observamos uma redução de 24% no gasto energético quando carteiros usaram a bicicleta elétrica no lugar da convencional”, conta.
Carteiros e entregadores
Nesse sentido, elas seriam mais interessantes mesmo para quem está acima do peso e idosos, uma vez que exigem um pouco menos de esforço – diante de possíveis limitações, isso é importante. Outra parcela da população que sairia ganhando é aquela que precisa pedalar em trechos com mais subidas. “Principalmente se carrega uma carga adicional, como carteiros e entregadores em geral”, exemplifica Bini.
As e-bikes se mostram excelentes pedidas para esse pessoal não só por facilitar o trajeto, mas também por reduzir o risco de certas encrencas. “Com elas, a sobrecarga nas articulações é potencialmente menor em relação à bicicleta convencional”, frisa Bini. Devido a essa característica, cai o risco de lesões osteomusculares em longo prazo.
O expert só pede precaução adicional com o uso de bicicletas elétricas em cidades sem ciclovias ou faixas dedicadas a esse meio de transporte. Afinal, elas atingem velocidades mais elevadas e é necessário mais cuidado quando se compartilha espaço com pedestres.
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