A cidade de Curitiba está com seu cronograma de obras previstas para a Copa do Mundo dentro do prazo. Segundo a prefeitura, não houve problemas em relação aos investimentos (R$ 452,9 milhões) assim como alterações nos valores previstos.
Segundo o secretário municipal para Assuntos da Copa, Luiz Carvalho, duas obras de Bus Rapid Transit (BRT) estão em fase de licitação: a extensão da Linha Verde Sul (com obras de dezembro de 2011 a novembro de 2012 no valor de R$ 18,5 milhões) e a requalificação do corredor da avenida Marechal Floriano Peixoto (com obras de fevereiro de 2012 a dezembro de 2013, no valor de R$ 30,3 milhões). “Estamos dentro do cronograma com as obras, e elas devem ser concluídas até dezembro de 2013”, disse.
A administração municipal está envolvida nas obras do entorno da Arena da Baixada. A prefeitura ainda não estipulou prazo para concluir o trabalho de avaliação dos imóveis ao redor do estádio que deverão ser desapropriados. Apenas um grupo técnico ligado à prefeitura tem feito esse trabalho, mas não há previsão de custo para a operação.
Com relação aos impactos que poderão ser provocados pelas obras da Copa, alguns especialistas apontam as prováveis melhorias no trânsito, atualmente um dos principais problemas da capital paranaense. Ricardo Bertin, mestre em engenharia e operações de transportes, destaca duas obras importantes para desafogar o trânsito pesado: os corredores que ligarão o Aeroporto Afonso Pena até a Rodoferroviária (que serão construídos ao custo de R$ 107,2 milhões) e as vias de integração metropolitana.
“As obras de mobilidade urbana previstas para Curitiba melhoram a mobilidade de veículos automotores, públicos e privados. Talvez o principal impacto se fará sentir com o sistema integrado de monitoramento de veículos”, afirma Bertin, citando a melhoria do sistema de controle de semáforos que já existe e que se baseia no sistema inglês chamado Transyt.
Na opinião do professor, esse sistema pode ser um dos principais legados da Copa. “No Reino Unido, o sistema abre e fecha os sinais de acordo com o fluxo de veículos, ou seja, ele responde ao tráfego. Se implantado aqui, o trânsito fluirá melhor, reduzindo o tempo de permanência do usuário dentro do veículo e os congestionamentos”, afirma.
Metrô
Como alternativa para melhorar a mobilidade em Curitiba, a presidente Dilma Rousseff anunciou em outubro a construção da primeira linha de metrô da capital curitibana. A primeira etapa terá 14 km, mas não ficará pronta para a Copa. As obras estão previstas para o início de 2012 a um custo de R$ 2,25 bilhões.
Por meio do PAC (Programa de Aceleração do Crescimento) Grandes Cidades, o governo federal vai liberar aproximadamente R$ 1 bilhão para o metrô curitibano. Além disso, existe a possibilidade de R$ 750 milhões chegarem por meio de Parceria Público-Privada (PPP), que pode utilizar uma linha de crédito especial com juros menores que os de mercado.
O projeto terá investimentos de R$ 300 milhões do governo estadual e R$ 150 milhões da prefeitura. O prazo marcado para a entrega é 2016, quando a previsão é atender diariamente 400 mil pessoas.
Obras de mobilidade urbana em Curitiba
Corredor Aeroporto/Rodoferroviária
Início: obras previstas para janeiro de 2012
Valor: R$ 107,2 milhões
Corredor da Avenida Cândido de Abreu
Início: não divulgado
Valor: R$ 5,1 milhões
Extensão da Linha Verde Sul
Início: dezembro de 2011
Valor: R$ 18,8 milhões
Corredor Marechal Floriano
Início: fevereiro de 2012
Valor: R$ 30,3 milhões
Reforma da Rodoferroviária
Início: março de 2012
Valor: R$ 36,2 milhões
Reforma e Ampliação do terminal Santa Cândida
Início: não divulgado
Valor: R$ 12,1 milhões
Sistema Integrado de Monitoramento (SIM)
Início: não divulgado
Valor: R$ 69,1 milhões
Corredor Metropolitano
Início: fevereiro de 2012
Valor: R$ 137,6 milhões
Vias de integração Radial Metropolitanas
Início: fevereiro de 2012
Valor: R$ 36,5 milhões