Neste Mês da Mobilidade, cerca de 50 ciclistas estão nas ruas envolvidos em uma ação para analisar tecnicamente e de perto como estão as ciclovias e ciclofaixas da capital paulista. Eles participam do projeto Auditoria Cidadã, iniciativa da Ciclocidade - Associação dos Ciclistas Urbanos de São Paulo que pretende expor as condições da rede cicloviária da cidade, que há quase dois anos não recebe investimentos em manutenção.
Os dados levantados ao longo deste mês de setembro resultarão em um dossiê com as condições reais da malha cicloviária da capital paulista, que será protocolado junto à Secretaria de Mobilidade e Transportes, à CET e à comissão de elaboração do Plano de Segurança Viária como uma contribuição da sociedade civil à segurança de ciclistas nas ruas.
#CicloAuditoriaSP
Para engrossar este movimento, além dos ativistas que já empenhados neste projeto, a Ciclocidade convida todos os ciclistas de São Paulo a publicarem seus relatos usando a hashtag #CicloAuditoriaSP. A mesma hashtag também servirá para publicar nas redes sociais as denúncias dos ciclistas que veem sumir as faixas exclusivas dos locais por onde pedalam.
O projeto faz uso do Índice de Desenvolvimento Cicloviário- IDECiclo, criado pela organização pernambucana Ameciclo. O índice estipula uma série de critérios relacionados a segurança e proteção à vida de quem ocupa as vias para ciclistas, levando em conta fatores como a velocidade, a disposição da faixa, sinalizações, iluminação, entre outros. Leia o relatório da Ameciclo, aqui.
A diretora geral da Ciclocidade Jô Pereira explica importância deste projeto no atual momento político do país: “É uma forma de documentar o descaso com as estruturas urbanas. Uma ação imprescindível para enfrentarmos e denunciarmos a ausência de ações da prefeitura em prol da cidadania e da mobilidade segura”, comenta Jô Pereira.
Agentes locais
Para cobrir toda São Paulo, o mapa da cidade foi dividido em seis territórios: Zona Norte; Zona Sul - 1 e 2; Zona Oeste e Zona Leste - 1 e 2.
“Nós buscamos as bacias de tráfego da capital que tivessem características próprias, e por conta do tamanho das Zonas Leste e Sul, elas foram subdivididas em duas partes. Em sua maioria, são ciclistas regionais que fazem a aplicação do índice em locais que já realizam seus deslocamentos. A ideia destes agentes locais serem ciclistas é ter o olhar do usuário, que sente na pele as interferências no espaço físico e territorial, podendo perceber elementos agregadores nesta análise”, explica Suzana Nogueira, coordenadora do projeto.
O projeto Auditoria Cidadã já está nas ruas de São Paulo e tem o apoio do Itaú. Acompanhe pelas redes sociais da Ciclocidade as denúncias dos ciclistas paulistanos e faça parte desta importante pressão pelo respeita à vida e ao espaço dos ciclistas.
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