Automóvel é o principal meio de transporte em Lisboa e no Porto

Estudo português sobre deslocamentos nas áreas metropolitanas revela que o automóvel foi o meio mais usado pela população nas regiões do Porto (67,7%) e Lisboa (58,9%)

Notícias
 

Fonte: Observador/ Agência Lusa  |  Autor: Observador/ Agência Lusa  |  Postado em: 02 de julho de 2018

Deslocamentos em razão de trabalho são ~30% das vi

Deslocamentos em razão de trabalho são ~30% das viagens

créditos: Miguel A.Lopes/Lusa

 

O automóvel foi o principal meio de transporte nas deslocações dos residentes das áreas metropolitanas do Porto (AMP) e de Lisboa (AML), segundo o primeiro inquérito à mobilidade das duas áreas divulgado esta segunda-feira (2) pelo Instituto Nacional de Estatística (INE) de Portugal.

 

Os resultados preliminares do Inquérito à Mobilidade nas Áreas Metropolitanas do Porto e Lisboa, realizado pelo INE pela primeira vez para estudar os hábitos de deslocamento de cerca de um milhão de pessoas indicam que a preferência pelo veículo particular no Porto é de 67,7% e em Lisboa 58,9%, considerando todos os dias da semana.

 

Segundo o estudo, o principal motivo dos deslocamentos foi o trabalho: 30,8% (Lisboa) e 30,3% (Porto), sendo que os tempos das viagens duraram em média 21,8 minutos e 24,3 minutos, respectivamente.

 

De acordo com os resultados, a população móvel – o conjunto de pessoas que realizaram pelo menos uma viagem com início no dia de referência do inquérito -, situou-se em 78,9% do total da população residente na AMP e 80,4% na AML. Nos dias úteis, este indicador sobe para 82,9% (AMP) e a 85,1% (AML).

 

Destinos

Quanto ao local de destino, a cidade do Porto é, dentro da AMP, o segundo ou o terceiro principal município de destino nos deslocamentos com origem em oito dos 17 municípios daquela área metropolitana, nomeadamente Maia, Matosinhos, Valongo, Gondomar, Póvoa de Varzim, Vila Nova de Gaia, Santo Tirso e Paredes.

 

No caso da AML, a centralidade do município de Lisboa nos deslocamentos realizados é ainda mais acentuada. Entre os 18 municípios da AML, apenas os deslocamentos com origem nos municípios do Montijo e de Sesimbra não apresentavam o município de Lisboa como segundo ou terceiro município de destino.

 

Cerca de 24% do total de deslocamentos entre municípios da AMP tinham como destino o município do Porto, enquanto 27% das deslocamentos entre municípios da AML tinham Lisboa como o município de destino.

 

Já os deslocamentos intramunicipais representaram 71,0% na AMP e 65,4% na AML, no total de viagens com origem e destino na respectiva área metropolitana.

 

Opção pelo carro

Os principais motivos que levaram os residentes nas áreas metropolitanas do Porto e de Lisboa a optar pelo transporte individual foram a “rapidez” (assinalado por 58,4% e 62,5% dos entrevistados, respectivamente) e o “conforto” (49,8% e 50,4%, pela mesma ordem). Foram também apontados os motivos de “rede de transportes públicos sem ligação direta ao destino”, “ausência de alternativa” e “serviços de transporte público sem a frequência ou confiabilidade necessárias”.

 

Os transportes públicos e/ou coletivos, como principal meio de transporte, representaram 11,1% na AMP e 15,8% na AML. No âmbito do transporte público/coletivo, o ônibus prevaleceu para os residentes na AMP, correspondendo a 61,0% daquele segmento, enquanto para os residentes na AML, a sua expressão entre a totalidade de transporte público/coletivo se situou em 49,6%, refletindo a oferta mais diversificada de transporte ferroviário (ligeiro e pesado) e fluvial (rios Tejo e Sado), em função da diferença de geografia.

 

Na AMP, registaram-se valores mais elevados e acima da média metropolitana no que diz respeito à utilização do transporte público ou coletivo no Porto (18,5%) e Gondomar (16,8%) e ainda em quatro municípios contíguos a estes dois territórios municipais – Matosinhos (13,8%), Valongo (13,3%), Vila Nova de Gaia (11,5%) e Maia (11,2%).

 

Já na AML, a utilização do transporte público ou coletivo situou-se acima da respectiva média metropolitana em Lisboa (22,2%), Odivelas (19,4%), Almada (18,7%), Loures (18,5%), Barreiro (18,4%) e Amadora (18,2%).

 

Segundo o INE e de acordo com as estimativas mais recentes da população residente, na área metropolitana do Porto (AMP) residem 1,6 milhões de pessoas e na área de Lisboa (AML), 2,57 milhões de pessoas. No conjunto, as duas áreas concentram cerca de 43,9% da população residente em Portugal. Os resultados prévios apresentados têm como unidade geográfica elementar de referência o município.

 

O Inquérito à Mobilidade 2017 (IMob 2017) nas Áreas Metropolitanas do Porto (AMP) e de Lisboa (AML) realizado pelo Instituto Nacional de Estatística começou em 16 de outubro de 2017 através da internet, em imob.ine.pt, passando depois a ser presencial nas localidades que não responderam pela plataforma eletrônica, entre 27 de outubro e 17 de dezembro.

 

Leia também:
Bicicleta é o meio de transporte que mais cresce em Portugal
Cidades da Europa vão testar aplicativo para estimular circulação a pé
Em Guimarães, Portugal, áreas viram Zona 30
Deu no N.Y. Times: Os carros estão arruinando nossas cidades

Comentários

Nenhum comentário até o momento. Seja o primeiro!!!

Clique aqui e deixe seu comentário