Todos os anos, nestes meses de clima mais seco, costumamos sugerir que as autoridades atuem para reduzir a circulação de veículos motorizados. Em São Paulo, por exemplo, 90% da poluição é provocada pelas emissões veiculares, segundo dados da Cetesb. Um rodízio mais severo, alguma taxa de congestionamento e estímulos ao uso do transporte público ajudariam muito a reduzir as doenças (e mortes) provocadas pela poluição atmosférica. São cerca de 5 mil a 11 mil mortes por ano provocadas pela poluição, apenas em São Paulo.
Essa estatística pode ser comprovada nestes dias em que a cidade ficou sem combustível. O horizonte paulistano está mais limpo, o céu mais azul e os relógios indicadores da poluição estão todos no verde. O mais incrível é que até o aroma e perfume das plantas pode ser ser sentido por quem caminha e pedala na cidade. Há pouco trânsito nas ruas, que ficaram mais sossegadas, menos barulhentas, e até mais seguras para os pedestres.
Claro que a greve dos caminhoneiros está gerando transtornos graves a todos. Mas, ao mesmo tempo, comprovou a absurda "dieseldependência" a que estamos submetidos, com todas as suas consequências.
A propósito, destacamos hoje o boletim Mais São Paulo, com a avaliação precisa e correta de Américo Sampaio, da Rede Nossa São Paulo. Ouça a aentrevista conduzida por Fabíola Cidral, da Rádio CBN.
Esperamos que a crise deixe boas lições, para os cidadãos e gestores públicos viciados em gasolina e óleo diesel. Vamos planejar essa mudança?
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