Cadeiras de rodas 'estacionam' na vaga dos carros em Campo Grande

Ação realizada ontem (22) por cadeirantes no centro da capital do MS é parte da campanha "Esta vaga não é sua nem por um minuto", de conscientização sobre vagas especiais

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Fonte: Midiamax  |  Autor: Wendy Tonhati e Mylena Rocha  |  Postado em: 23 de maio de 2018

Ação exige respeito às vagas de pessoas com defici

Ação exige respeito às vagas de pessoas com deficiência

créditos: Marcos Ermínio/ Midiamax

 

Nesta terça-feira (22), pelo segundo ano consecutivo, as vagas de estacionamento para carros da rua 14 de Julho, no centro de Campo Grande (MS), foram ocupadas por cadeiras de rodas. A ação faz parte da campanha “Esta vaga não é sua nem por um minuto”, que acontece durante o Maio Amarelo – mês de conscientização para redução de acidentes e de trânsito mais seguro.

 

O nome da campanha faz alusão à "desculpa" habitual dos condutores ao estacionarem seus veículos nas vagas destinadas às pessoas com deficiência e aos idosos: "parei só por um minutinho", é comum ouvir.

 

Em 2017, segundo o diretor-presidente da Agetran (Agência Municipal de Transporte e Trânsito), Janine de Lima Bruno, foram 246 autuações por estacionamento irregular em vagas para pessoas com deficiência e 257 por estacionamento nas reservadas aos idosos.

 

Conforme Janine, as pessoas que se enquadram nas vagas reservadas devem procurar a Agetran para garantir o cartão de estacionamento, que é necessário para ocupar as vagas. Na área central, as vagas especiais são cerca de 20% do total.

 

Desculpa não serve

Para o subsecretário de Defesa dos Direitos Humanos, Ademar Vieira Junior, o Coringa, o objetivo da campanha é alertar a população de Campo Grande para os diretos das pessoas que utilizam cadeiras de rodas e das pessoas com deficiência. “Essa desculpa, de 'eu volto em um minutinho e já saio', não cola mais. Nós queremos que a população respeite as vagas nos estacionamentos e também no transporte coletivo. Queremos alertar sobre a campanha, para que a capital seja 100% acessível”, afirmou.

 

A aposentada Suzana Vieira Castro, de 35 anos, que utiliza cadeiras de rodas, participou da ação e disse que a campanha é importante, porque as vagas não são respeitadas. "É muito visível que não é rapidinho. As pessoas ocupam a vaga por falta de noção e descaso. No mercado já é ‘normal’. Eu nunca consigo pegar a vaga [reservada] e tenho que estacionar em outro lugar", diz a cadeirante.

 

Segundo o prefeito Marcos Trad (PSD), que participou da ação, as obras do Reviva Centro – ação que vai revitalizar a rua 14 de Julho- terão preocupação com a acessibilidade. “Nada será feito sem acesso de locomoção, autonomia e independência das pessoas com deficiência”, prometeu o prefeito.

 

A ação de conscientização deve ser estendida para as escolas e postos de saúde da capital, segundo David Marques, coordenador da Coordenadoria de Apoios às Pessoas com Deficiência.

 

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