Sacomã vira depósito de lixo

Sujeira toma conta de calçadas e ruas da região da favela de Heliópolis, comprometendo vida da comunidade

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 |  Autor: Silvério Morais / O Diário de S. Paulo  |  Postado em: 06 de dezembro de 2011

Viaduto onde havia ecoponto também virou local de

Viaduto onde havia ecoponto também virou local de

créditos: Rafael Lasci/Diário SP

As calçadas deveriam ser usadas exclusivamente para a mobilidade de pedestres. Mas nas ruas do distrito de Sacomã, na região da favela de Heliópolis — a maior da cidade —, na Zona Sul, muitas delas viraram depósito de lixo e entulho, impedindo a passagem.

 

O DIÁRIO flagrou móveis velhos, colchões, restos de obras e sacos de lixo em vias como as ruas Cônego Xavier, Barão do Rio da Prata, Siqueira Bulcão, Comandante Taylor, Avenida Almirante Delamare e Estrada das Lágrimas. Além de tomar conta das calçadas, a sujeira invade o asfalto em alguns pontos, atrapalhando o trânsito. Na Cônego Xavier, quase em frente ao Hospital Heliópolis, há até carcaças de três veículos abandonadas.

 

“Cada esquina virou um ecoponto”, diz um líder comunitário, que prefere não se identificar. Ele critica a falta de lugares adequados para descarte de lixo na região. Afirma que havia um ecoponto sob o viaduto da Comandante Taylor, mas foi desativado. O local também virou um lixão. Na opinião da comerciante Maria do Carvalho, 49, faltam opções para depositar o lixo. “Não é que o pessoal seja relaxado, é por necessidade mesmo”, garante. 

 

Karina Feitosa, 21 anos, que trabalha na região, diz que falta conscientização dos moradores. Segundo ela, as vezes as caçambas disponíveis em algumas ruas estão vazias, mas as pessoas jogam lixo ao lado. “É muito nojento”, descreve, reclamando dos ratos e baratas atraídos pela sujeira. Para ela, o que falta é  fiscalização para punir os responsáveis. Maria Luiza André, 51, diz que a população precisa se conscientizar. “A Prefeitura limpa de manhã e à tarde está tudo sujo de novo”, comenta a auxiliar de enfermagem, que precisa desviar do lixo nas calçadas para chegar ao trabalho.

 

A Subprefeitura Ipiranga informa que a remoção da sujeira na região é realizada diariamente e reforçada com mutirões semanais. Afirma atuar na fiscalização do descarte irregular de entulho e lixo em locais públicos, que é crime ambiental, sujeito a multa de R$ 12 mil. Sobre as carcaças, a subprefeitura encaminhará um agente para constatar a irregularidade. 

 

 

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