A 99, empresa brasileira de mobilidade urbana por aplicativo de celular, divulgou recentemente seu ranking que avalia a situação do trânsito nas 30 cidades do país mais relevantes para os negócios da startup brasileira.
A cidade de Niterói, na Região Metropolitana do Rio de Janeiro, foi eleita a pior nesse ranking das cidades mais congestionadas. O período de estudo se deu entre 1º de outubro e 31 de dezembro de 2017. Como base de dados para a pesquisa foram contabilizadas todas as corridas realizadas pelo 99 táxi e 99 Pop. Segundo o levantamento, as viagens no horário de pico levam quase 80% a mais de tempo do que as realizadas em situação fora dos horários de pico.
O Índice 99 de Tempo de Viagem (ITV 99) funciona através do monitoramento do tempo de deslocamento dos carros no horário de pico, entre 7h e 10h, e entre 17h e 20h, e faz a média de atraso dos deslocamentos. O top 10 do ranking é apresentado na tabela abaixo.
Colocação Cidade Índice
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1 Niterói 1,78
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2 Recife 1,77
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3 Porto Alegre 1,74
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4 Goiânia 1,72
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5 Salvador 1,71
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6 Belém 1,70
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7 São Paulo 1,69
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8 Rio de Janeiro 1,69
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9 São Luis 1,68
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10 Barueri 1,68
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Niterói possui um dos melhores IDHs do país e uma renda per capta elevada; contudo a cidade continua sofrendo para melhorar seu trânsito. Segundo dados do Departamento Nacional de Trânsito (Denatran) a frota de carros em 2017 atingiu 290 mil carros. Esse crescimento constante da frota de veículos está diretamente ligado com a piora do trânsito da cidade.
Obras de mobilidade à vista
Mesmo com esse panorama negativo, os niteroienses podem ter um pouco de esperança. A Transoceânica, projeto de faixa segregada para a cidade de Niterói do tipo BHLS (Bus with High Level of Service), recebeu boas noticias. A linha com 9,3 km de extensão, que liga o bairro de Itaipu a ao bairro de Charitas, pode ganhar mais relevância com outro novo projeto de lei aprovado pela Assembleia Legislativa (Alerj).
Trata-se do projeto de lei 1.560/16, de autoria do deputado estadual Flávio Serafini (PSOL), que visa à criação de uma tarifa social para a linha de barcas Charitas-Praça XV, indo dos atuais R$16,10 para R$ 6,10. O ponto final da Transoceânica fica em frente à estação de barcas, por isso essa mudança tornará a linha acessível a uma parcela maior da população de Niterói. E ainda permitirá reduzir a movimentação de pessoas para a linha Praça Arariboia-Praça XV, no centro da cidade. O projeto de lei agora aguarda o governador Luiz Fernando Pezão (PMDB) sancionar o texto.
Outra expectativa para os cidadãos da cidade de Niterói é o investimento anunciado pela Prefeitura de R$ 30 milhões para a criação de 50 km de ciclovias na Região Oceânica da cidade. Outros investimentos também estão previstos para construção de ciclovias em outros bairros da cidade.
Segundo a proposta, a ciclovia da Transoceânica irá contar com 100 bicicletários abertos (paraciclos) e seis fechados, seguindo o modelo do Bicicletário da Praça Arariboia. Esse projeto mais que duplicará os 30 km existentes de malha cicloviária na cidade e poderá reduzir o número de veículos na rua, melhorando o trânsito da cidade.
*Guilherme Pfeffer, 25 anos, é estudante de Engenharia Civil e idealizador do blog City After Mobility, projeto que busca criar mais tempo com a família e amigos através da redução do tempo em que passamos no trânsito. Guilherme vive em Niteroi (RJ) e busca trazer soluções inovadoras para os problemas de mobilidade urbana. Veja mais em www.guilhermepfeffer.com
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