Se você vem acompanhando o caso do veículo autônomo da Uber, que recentemente atropelou e matou a pedestre Elaine Herzberg, de 49 anos, na cidade de Tempe, nos Estados Unidos, provavelmente sabe que muitos estão lutando para definir quem foi o “culpado” do acidente. Teria sido a vítima, que atravessou a rua em uma área mal iluminada? Teria sido o motorista, que mantinha parte de sua atenção fora das ruas no momento do incidente? Seja como for, a culpa não seria dos sensores do carro.
Ao menos é isso o que afirma a Velodyne, fabricante do sistema Lidar (um radar de alta precisão que utiliza tecnologia laser para “ver” seus arredores) usado em boa parte dos automóveis autônomos da Uber. Em uma declaração ao site Bloomberg, a presidente da Velodyne, Marta Thoma Hall, defendeu seu radar, afirmando que a escuridão do cenário não deveria ter afetado seu funcionamento. Lembrando que o carro da Uber estava ligeiramente acima do limite de velocidade, mas não teria freado antes da colisão, o que seria indício de falha nos sensores, segundo especialistas.
Sensores Lidar, na parte externa do carro, no capô, geram um mapa em 3D que mostra quaisquer objetos do entorno
Concorrência
E, embora relatórios policiais preliminares tenham isentado a Uber de responsabilidade sobre o acidente, já há quem aponte o dedo para a tecnologia adotada neste caso na defesa de seu próprio sistema, tido como mais eficiente. E o que afirmou o CEO da Waymo, John Krafcik, ao declarar que a tecnologia que está sendo desenvolvida para a sua empresa pela subsidiária da Alphabet é robusta o bastante para evitar incidentes desse tipo.
Em sua primeira declaração pública desde o acidente, o executivo disse que seu sistema seria capaz de lidar com o incidente de maneira melhor, sem causar um acidente.
O CEO não comentou se a companhia iria modificar seus planos de testes e experimentos com a tecnologia. É o que fizeram a Uber e a Toyota, que suspenderam seus trabalhos em vias públicas onde têm autorização enquanto aguardam o resultado de investigações e também um entendimento do que aconteceu. Para a Waymo, entretanto, o cronograma segue adiante, com os veículos da empresa rodando nas 25 cidades - a maioria delas na Califórnia - em que recebeu autorização para fazer isso.
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