Os acidentes estão relacionados ao excesso de passageiros transportados pelo sistema, ao corre-corre, pressa e até mesmo distração das pessoas, dizem especialistas.
O número de machucados graves, que dão origem a inquéritos por lesão corporal culposa (quando não há intenção), mais do que dobrou em outubro, em relação ao mês anterior, segundo registros da Secretaria Estadual da Segurança Pública. Foram 36 casos, ante 15 em setembro. A média é de 11 ocorrências por mês.
A maior parte das vítimas é idosa, segundo o delegado Valdir Rosa. 'Eles têm dificuldade para se locomover, embarcar e desembarcar', afirma o policial.
Procurados, o Metrô e a CPTM destacam que tomam medidas para reduzir o número de acidentes em suas redes, como campanhas de desembarque seguro, uso de obstáculos e mensagens sonoras para incentivar as pessoas a entrar e sair dos trens sem fazer confusão. Mas nem as companhias nem a polícia são informadas de todos os acidentes.
A aposentada Maria Eugênia Teixeira, de 71 anos, por exemplo, torceu o pé em agosto, após sofrer um empurrão quando tentava embarcar na Estação Ana Rosa, e achou melhor não falar para ninguém. 'Foi um acidente simples, que poderia ter acontecido na rua ou no mercado.'
Solução. Para se proteger, o idoso pode andar com um acompanhante e sempre usar o assento preferencial, observa a geriatra Fania Santos, chefe da unidade ambulatorial de geriatria e gerontologia da Unifesp. Segundo ela, é importante utilizar o calçado adequado e evitar movimentos bruscos. 'É melhor perder o trem ou a estação.'
Mas uma solução para evitar trombadas, empurrões e outros problemas desse tipo depende de medidas que orientem a circulação dos passageiros, segundo o consultor em transportes Peter Alouche. O risco de acidentes na plataforma de embarque poderia cair, segundo ele, com a instalação de portas de plataformas, como aquelas existentes na Linha 4-Amarela. Ele defende também o uso de gradis e faixas que limitem o espaço onde as pessoas podem andar.