O sugestivo título do artigo do jornalista Léo Coutinho, publicado no site Esquina, trata da tendência de transformação de uso das garagens em São Paulo. Amplas áreas de subsolo, até alguns anos atrás construídas unicamente para abrigar os automóveis, esses "objetos de desejo", estão hoje sendo revistas, reformadas e adaptadas para se tornar incríveis espaços para pessoas, como revela o autor.
A tendência, do ponto de vista do mercado imobiliário inclusive, é que as antigas e sólidas lajes de estacionamento se transformem em belos restaurantes, teatros, áreas de convivência ou até sejam ocupadas por locais inusitados como sebos, o que já ocorre na incrível biblioteca do Sebo do Messias, instalada em antigo estacionamento, bem no centro da cidade.
Embora a área construída para abrigar carros em São Paulo ainda seja alta - em torno de 25%, conforme levantou o autor -, a demanda por lançamentos livres de garagem, que chegam a custar R$ 60 mil a menos, puxa a tendência, representando 25% das novas unidades.
As possibilidades de novos usos são infinitas, diz Coutinho, ao concluir seu texto assim: "Passo diante dos shoppings, vejo os anexos destinados a garagens e me pergunto: quanto valeria o metro quadrado corporativo no Iguatemi, no Morumbi, no Eldorado? Como a transformação impactaria a frequência da freguesia, a curto, médio ou longo prazo? Quando aquelas lajes todas serão transformadas? Sim, a pergunta central é quando. Ou aonde não vamos mais parar os carros."
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*Léo Coutinho é escritor e jornalista, membro do Conselho Participativo Municipal na Prefeitura Regional de Pinheiros
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