Como andar de ônibus na Itália

Quem for viajar pelo país sem carro, saiba: as linhas de metrô são poucas e o sistema de ônibus é bem diferente do brasileiro!

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Fonte: Viagem  |  Autor: Barbara Ligero  |  Postado em: 31 de janeiro de 2018

Ônibus: a única possibilidade em Florença, que não

Ônibus: a única possibilidade em Florença, que não tem metrô

créditos: Kenneth Lu/Flickr

Leia a seguir um artigo de Barbara Ligero, blogueira do site Viagem e Turismo (Abril), com informações úteis não apenas aos turistas, mas, caso dos leitores do Mobilize, também aos interessados em entender melhor como é a mobilidade urbana no país europeu.  

"Na minha mais recente viagem para a Itália, estava sem carro e tive que desvendar o transporte público do país.
Metrô é coisa rara por lá. Há poucas linhas em Nápoles, Brescia, Turim, Catânia e Gênova. Apenas Milão e Roma possuem uma rede considerável e, nesse caso, o funcionamento é como em outras cidades do mundo, sem grandes mistérios.

O ônibus, por sua vez, é utilizado no país inteiro e pode causar confusão na cabeça dos brasileiros. Veja alguns pontos que podem gerar dúvidas:

Onde compro os bilhetes? 

Na Itália, tabacaria é lugar de comprar… bilhetes de ônibus! Foto: Fredrik Rubensson/Flickr

Via de regra, não é possível pagar pela sua viagem dentro dos ônibus – não há nenhum cobrador ou máquina que exerça essa função. Os bilhetes devem ser comprados antes do embarque, em bancas de jornais e principalmente nas tabacchi (tabacarias).

Basta procurar uma placa azul ou preta com um “T” branco pelas ruas, entrar no estabelecimento e pedir por biglietti per l’autobus. Eventualmente irão te entender. No caso específico de Milão e Roma, as passagens também podem ser compradas dentro das estações de metrô.

Como são os pontos de ônibus?

Parada de ônibus (turísticos e convencionais) em Roma. Foto: Kristof Verslype/Flickr

Eu vi tanto pontos de ônibus estruturados, com banco e cobertura, quanto simples placas fincadas na calçada. Seja qual for o caso, há sempre um papel pendurado em algum lugar informando os ônibus que passam por ali e em quais horários. Porém, a forma como os italianos dividem e chamam os dias da semana pode ser estranha para nós, então anote aí:

Feriale ou FR = Segunda a sábado
Festivo ou FS = Domingo e feriados
Lunedì a Venerdì = Segunda a sexta

Repare também se há alguma indicação de prazo de validade na folha, pois os horários costumam mudar do verão para o inverno, das férias para o ano letivo. Algumas placas também indicam quais são as fermate (paradas) de cada ônibus.

Como pego ônibus?

O ônibus está chegando… e agora? Foto: Kenneth Lu/Flickr

Essa foi a parte em que eu mais me atrapalhei. Após longas observações, conclui que os italianos tem duas maneiras de sinalizar que querem embarcar. O mais comum é eles inclinarem levemente o corpo em direção à rua ao verem seu ônibus se aproximar, mas há também quem faça um gesto com a mão bem discreto (quem diria, logos eles!).

Depois, é só embarcar pela porta da frente e – muito importante – procurar por uma maquininha ali perto. Assim como acontece com os trens, é preciso timbrar a sua passagem e guardá-la consigo durante todo o percurso. Volta ou outra, um fiscal entra no ônibus checando os bilhetes e, caso você não tenha validado o seu, terá de pagar uma multa. Confesso que eu mesma, uma vez, na pressa de sentar, me esqueci de passar o papelzinho na máquina – por sorte, nenhum fiscal apareceu naquele dia.

Na hora de descer, é só apertar o botão, como fazemos no Brasil. Se tiver alguém impedindo a sua passagem, vale perguntar scende? (vai descer?), que pronuncia-se “xênde”.

Como foi a experiência? 

O silêncio predomina nos ônibus italianos. Foto: Roberto Taddeo/Flickr

A pontualidade dos ônibus está mais para brasileira do que para suíça. Talvez por azar, não houve uma única vez em que o meu ônibus chegou na hora ou com uma margem pequena de atraso. Ainda assim, a estimativa de horário era ok se comparada a total imprevisibilidade que temos com o transporte público em São Paulo.

Tirando isso, só tenho elogios. Os ônibus são limpos, bem conservados, têm ar condicionado e geralmente estão vazios – só me lembro de ter viajado em pé duas vezes, e ainda assim havia bastante espaço ao meu redor. Para saber qual rota pegar, apps como o Google Maps funcionam bem."

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