Na semana passada, completaram seis meses da apresentação do Plano de Mobilidade Urbana por Bicicletas (PlanBici) ao prefeito Alexandre Kalil que na ocasião, não só aprovou o Plano, mas se comprometeu a executá-lo. Da reunião no dia 19 de julho participaram, além dos cicloativistas e de pessoas envolvidas na criação do documento, a BHTrans e outros representantes da prefeitura.
O PlanBici, dizem os dirigentes da BH em Ciclo (Associação dos Ciclistas Urbanos de Belo Horizonte), já previa ações para 2017, mas após a sua aprovação "não teve nenhum avanço concreto".
Vale lembrar que o objetivo geral do Plano é fazer com que 2% do total de viagens em Belo Horizonte sejam feitas por bicicletas, até 2020 (hoje são 0,4%).
Por meio de nota da assessoria de imprensa (veja o texto na íntegra ao final da matéria), a BHTrans negou estar parada e declarou que "trabalha na captação de recursos para implementar o PlanBici". O órgão reconhece que faltam recursos para as obras de infraestrutura, mas diz que vem priorizando ações que não dependem de aportes financeiro. Contudo, a SPTrans não informa objetivamente quais seriam estas ações.
Segundo a BH em Ciclo, nem mesmo as ações mais simples, como instalar nove estações de reparo autônomo, doadas à BHTrans e prontas para serem instaladas, foram executadas. Também não foi publicado ainda o decreto para instituir o plano, solicitação feita pela entidade à BHTrans.
Leia a nota da BHTrans, enviada nesta quarta-feira (24) por e-mail à equipe do Mobilize Brasil:
"A BHTrans esclarece que todo o trabalho que envolve o Plano de Mobilidade de Belo Horizonte – PlanMob- BH, o Programa Pedala BH e o Plano de Ações de Mobilidade por Bicicletas – PlanBici - vêm continuamente sendo construídos e discutidos com a sociedade civil.
Especificamente em relação ao plano de ações voltado para o incentivo ao uso da bicicleta como meio de transporte na capital mineira existe um fórum de discussão, o Grupo de Trabalho Pedala BH (GT Pedala BH), do qual faz parte a Associação BH em Ciclo, desde 2012, e cuja pauta de debate é elaborada coletivamente. Essa instância de discussão e construção coletiva se reúne pelo menos uma vez ao mês.
Dos encontros do GT Pedala BH foram definidas reuniões estratégicas de monitoramento das ações voltadas para a bicicleta, a cada três meses.
Nesse processo, estão sendo priorizadas as ações que não envolvem aplicação de recursos financeiros para sua implementação. Simultaneamente, a Administração Municipal está trabalhando na captação de recursos externos para a implementação do PlanBici como um todo e, principalmente, em relação às ações voltadas para a ampliação da rede cicloviária, alimentadora do Sistema de Transporte Público e Coletivo da cidade.
Na última reunião do GT Pedala BH, ocorrida em 17/01/18, as informações foram atualizadas e compartilhadas com os presentes, incluindo às relativas ao decreto e às estações de reparo.
O decreto encontra-se em análise na Assessoria Jurídica da BHTrans para os trâmites jurídicos e as instalações das estações de reparo de bicicletas – doadas pelo banco Itaú a Associação BH em Ciclo – aguardam a indicação da exata locação em campo para que a BHTrans possa efetivar as implantações, conforme acordado entre as partes interessadas." (Assessoria de comunicação e Marketing da BHTrans)
Confira aqui a versão completa do PlanBici.
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