Brasil participa de evento sobre mobilidade a pé em Portugal

Coordenadora da Corrida Amiga esteve em Lisboa no início de dezembro participando do VIII Congresso Internacional da Corrida

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Fonte: Corrida Amiga  |  Autor: Sílvia Stuchi / Mobilize Brasil  |  Postado em: 08 de dezembro de 2017

Sílvia Stuchi, da Corrida Amiga, fala em evento em

Sílvia Stuchi, da Corrida Amiga, fala em evento em Portugal

créditos: Corrida Amiga

Nos dias 2 e 3 de dezembro de 2017, aconteceu o VIII Congresso Internacional da Corrida em Lisboa, Portugal. Silvia Stuchi, coordenadora da Corrida Amiga e pesquisadora do Como Anda, esteve presente apresentando as atividades que a organização vem desenvolvendo no Brasil em prol da mobilidade a pé.

Segundo Sílvia, a participação de uma organização trazendo a perspectiva da corrida para além de uma prática esportiva, com benefícios individuais e coletivos, foi de extrema importância para impulsionar discussões e debates mais amplos e abrangentes, do uso dos pés como meio de locomoção, e áreas correlatas: saúde, desenho urbano, meio ambiente, educação e cidadania. 

O próprio nome da Faculdade que sediou o evento - Faculdade de Motricidade Humana (FMH) - aponta para o modo mais natural de “motricidade”: os nossos pés! E assim começou o congresso, com a fala de Jorge Vieira, presidente da Federação Portuguesa de Atletismo. 

Em seguida, na sessão plenária “Corrida e Saúde”, Luis Sardinha, pesquisador da FMH, falou sobre a correlação direta entre prática de atividade física e melhoria do desempenho cognitivo dos alunos. A conclusão é resultante de uma investigação junto de três mil alunos, realizada ao longo de cinco anos em Portugal (pesquisa completa aqui).

Ainda sobre este público, Honore Hoedt trouxe dados alarmantes sobre obesidade infantil e sedentarismo:

“Em 1985, em média, as crianças brincavam (ativamente) 30 horas por semana. Hoje, apenas 5 horas. Nesta lógica, durante um ano, na faixa etária de 5-6 anos, a criança de 1985 teria brincado (ativamente) por 1500 horas. Hoje, apenas 250 horas. No período de 5 a 15 anos de idade, o lastro da diferença torna-se ainda mais gritante: de 15.000 horas em 1985 para 2500 horas nos dias de hoje”!

Para o público adulto e idoso, Hugo Pereira, pesquisador da FMH, apresentou os resultados parciais do projeto nacional Keep on Running, que visa compreender o perfil das pessoas que correm em Portugal como lazer (recreational running). Hugo mostrou dados interessantes da amostragem entrevistada: 70% consideram a corrida uma atividade natural; 37% também caminham; 58% preferem correr na rua; e 50% alegam falta de tempo para correr. 

Silvia iniciou sua fala na sessão plenária “Corrida para todos” trazendo os dados recém informados por Hugo: 58% preferem correr na rua e 50% alegam falta de tempo para correr. Então, por que não usar o deslocamento diário para praticar atividade física? Em seguida, foram abordadas as ações Formação Corrida Amiga, Formação Corrida Amiga Para Crianças, Bondes Culturais a Pé, Guia de Deslocamento Ativo, Caminhadas com Pessoas Idosas e e Projeto Como Anda - desenvolvido em parceria com a organização Cidade Ativa e apoio do Instituto Clima e Sociedade.  

Silvia finalizou sua fala colocando que “um grande desafio tem sido encontrar a ‘fórmula’, o discurso, que realmente cative e sensibilize as pessoas de ‘fora da bolha’ para as temáticas tratadas no evento, em especial, para a importância de disseminação da mobilidade ativa como solução para problemas de sedentarismo, mudanças climáticas e saúde pública”.

Em seguida, Pedro Rocha, do Programa Nacional de Marcha e Corrida, mostrou seu trabalho, que tem como objetivo conscientizar as pessoas sobre a importância da atividade física, promovendo mudança para um estilo de vida mais saudável em Portugal por meio da caminhada e corrida.

De acordo com Pedro Teixeira, diretor geral de saúde do Programa Nacional para a Promoção da Atividade Física, Lisboa vai ser a Capital Europeia do Desporto em 2021, fruto do reconhecimento e investimento da cidade de Lisboa para a promoção da atividade física e do esporte, identificando-os como fatores determinantes na construção da cidade humana, inclusiva e sustentável. 

O Congresso Internacional da Corrida foi mais uma ótima oportunidade para levarmos nossos valores e missão de inspirar o transporte a pé, como estilo de vida, pertencimento à cidade e relações sociais mais saudáveis!  Além disso, destaca-se a importância de realizar intersecção com outras redes, contribuindo para a difusão da pauta e estabelecimento de parcerias. 

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