Um relatório aprovado pelo Tribunal de Contas da União (TCU) revela que 24 dos 49 projetos de mobilidade urbana das 12 cidades-sede da Copa do Mundo de 2014 nem sequer possuem licitação e apenas 8 obras tiveram contratos assinados. A informação está nas páginas d'O Estado de S.Paulo desta sexta-feira.
A área de transporte de torcedores e turistas durante a maior competição do mundo é a que mais terá investimentos do governo federal: R$ 7,9 bilhões só em financiamentos da Caixa.
"Temo que essas intervenções de mobilidade, a serem inevitavelmente realizadas às pressas, baseiam-se em projetos sem o devido amadurecimento quanto ao seu detalhamento técnico; e mesmo quanto à sua viabilidade. Preocupa-me o risco de conceber uma herança que não corresponda às reais necessidades da população ao término dos jogos", afirmou ao Estadão o relator Valmir Campelo, responsável pelo acompanhamento das obras da Copa do Mundo de 2014.
Todas as obras de mobilidade urbana têm como data de entrega dezembro de 2013. Em junho deste ano, a presidenta da República, Dilma Roussef, estabelecera este mês como limite para o início das construções dos corredores de BRT (Bus Rapid Transit), faixas preferenciais e monotrilhos. Se as obras começassem apenas a partir de janeiro de 2012, não seria mais uma prioridade para a Copa.
Ainda de acordo com o levantamento do TCU, o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) desembolsou até agora R$ 273 milhões para construção e reformas dos estádios para o Mundial. Por enquanto, Beira-Rio (do Internacional) e Arena da Baixada (Atlético-PR) são as únicas arenas que têm as obras "interrompidas ou não iniciadas".