Defensor do sistema VLT (Veículo Leve Sobre Trilhos) em Cuiabá e Várzea Grande, como modal de transporte coletivo urbano para a Copa de 2014, o presidente da Assembleia Legislativa, José Riva (PSD), rebateu a denúncia divulgada pelo jornal O Estado de S. Paulo, de que houve fraude na substituição do projeto que previa, anteriormente, a instalação do BRT (Bus Rapid Transit), e o encarecimento de R$ 700 milhões no projeto de mobilidade urbana.
O parlamentar concedeu uma entrevista coletiva aos jornalistas, na tarde desta quinta-feira (1), em companhia do deputado Sérgio Ricardo (PR), para fazer esclarecimentos sobre o projeto e sua viabilidade no sistema viário da Grande Cuiabá.
"Há uma sequência de informações desencontradas. O VLT tem custo estimado em R$ 1,1 bilhão, mas este preço envolve a compra de 35 veículos e mais o projeto de urbanização e artes de Cuiabá e Várzea Grande. Além disso, o Estado ainda terá que desapropriar somente 200 imóveis", declarou Riva.
O deputado disse observar a existência de um lobby de empresários interessados em investir no BRT, que estão incomodados com a proposta do Estado em apostar no VLT. "É um lobby mais forte do que se imagina. A divulgação de informações desencontradas a respeito do VLT é a maior prova disso", afirmou.
Para evitar a chegada do VLT em Cuiabá, Riva afirma que empresários contrários ao sistema estariam se unindo e se valendo de todos os meios. "É um jogo sujo e covarde para preservar interesses que não levam em conta maior interessada, que é a sociedade mato-grossense", completou.
O parlamentar alegou que o valor de R$ 400 milhões, do BRT, trata somente da construção dos corredores e veículos, não levando em consideração a quantidade de desapropriações.
"Se se desapropriarem imóveis nas principais avenidas de Cuiabá e Várzea Grande, vai se chegar a um custo superior a R$ 1,1 bilhão", explicou.
Diante das denúncias divulgadas pela imprensa nacional, Riva afirmou que se trata de uma articulação para impedir que Cuiabá e Várzea Grande sejam favorecidas com um sistema de transporte, que, em suas palavras, é moderno, durável e ecologicamente correto, além de oferecer conforto e segurança.
"São reportagens tendenciosas, que visam a prejudicar Cuiabá e Várzea Grande e desestabilizar Mato Grosso. Podemos, sim, avançar no sistema de transporte, a exemplo de outras regiões, como Brasília, São Paulo, Rio de Janeiro e, até mesmo, Mato Grosso do Sul, que está fora da Copa do Mundo", disse.
Para sustentar que o VLT é um veículo mais avançado para atender a cidades com crescimento urbano, Riva lembrou que outras cidades brasileiras estão avaliando a possibilidade de substituir o BRT pelo VLT.
"Curitiba e Brasília estão avaliando a possibilidade de trocar o BRT pelo VLT, porque o ônibus sanfonado é um projeto ultrapassado para metrópoles. O mesmo ocorre em Manaus e Salvador. Apostar no VLT é defender o melhor para a sociedade. Estou cumprindo minha missão de homem público", afirmou.
BRT: Idade das Trevas
O primeiro-secretário da Assembleia Legislativa, deputado Sérgio Ricardo (PR), também saiu em defesa do VLT, argumentando que se trata de um veículo moderno para favorecer a comodidade dos usuários de transporte coletivo.
"Tem que se observar que são mais de 1 milhão de habitantes na região metropolitana, e o VLT vai atender à demanda de futuras gerações. É um sistema de transporte integrado aos ônibus que vai ter durabilidade de 30 anos e qualidade no serviço prestado", comentou.
O parlamentar ainda sustentou que o sistema de BRT representa atraso para a sociedade mato-grossense. "O BRT é um atraso que significa remeter os usuários do transporte coletivo para a Idade das Trevas", completou.
A existência de um lobby pró-BRT também foi lembrada por Sérgio Ricardo, que acredita na condução projeto do VLT pelo Estado. "Esse noticiário negativo revela a existência de interesse para todos os lados, o que é comum nesta disputa envolvendo BRT e VLT. Mas, acredito perfeitamente que o Estado vai atender ao pedido da população e implantar o VLT", afirmou.