O Instituto de Políticas de Transporte e Desenvolvimento (ITDP) acaba de divulgar um interessante e inédito trabalho sobre o impacto dos estacionamentos sobre o uso do solo e as políticas públicas urbanas relacionadas. O trabalho "Políticas de estacionamento em edificações na cidade do Rio de Janeiro: análise dos efeitos da legislação no desenvolvimento urbano" foi elaborado pelo instituto tomando como base metodologia desenvolvida pelos professores Hamilton de França Leite Júnior, Claudio Tavares de Alencar e Vanderley Moacyr John e apresentado na 11ª Conferência Internacional da Latin American Real Estate Society.
"Com o caos gerado por motoristas procurando vagas para estacionar
seus veículos, principalmente nas áreas centrais das cidades, o próprio fluxo de veículos nas
vias passou a ser afetado negativamente. Pesquisas feitas na década de 1920, em Detroit (EUA),
já apontavam que, em média, 34% do tráfego de veículos era composto por motoristas a procura
de estacionamento nas vias. Em 1933, o tempo gasto a procura de uma vaga na região central de
Washington (EUA) era, em média, de oito minutos", lembra o texto de apresentação do trabalho.
Além de mostrar e equacionar o problema, o estudo apresenta também alguns exemplos de boas práticas em políticas de estacionamento no Brasil e em outros locais do mundo. Em São Paulo, o exemplo citado é edifício BK30, no Largo do Arouche, centro da cidade, que ainda está em fase de construção. No prédio - construído segundo as diretrizes do novo Plano Diretor Estratégico, de 2014 - não há nenhuma vaga de garagem e todo o marketing do empreendimento foi feito com base na mobilidade a pé, de bicicleta, ou em transporte público.
Baixe o documento:
Leia também:
Estacionamentos: vilões da mobilidade urbana
Madri quer limitar estacionamento de carros no centro
O prefeito que fez de seu estacionamento privativo um parklet