Em meio a críticas dos usuários, o sistema de aluguel de bicicletas Bike Rio mudou de mãos. A Samba Transportes Sustentáveis, responsável pela operação, foi comprada pela empresa paulista Tembici. A Samba é o braço de bicicletas compartilhadas do grupo Serttel, de Recife. Com a aquisição, a Tembici herda o contrato da Samba com a prefeitura do Rio, que se encerra em 2018.
A nova operadora terá a missão de resgatar a qualidade do serviço. Após a lua de mel inicial das “laranjinhas” com os cariocas, hoje sobram reclamações de cobranças indevidas, dificuldades na retiradas de bicicletas das estações, problemas nos veículos e nas estruturas fixas e informações desconexas, no aplicativo, quanto à oferta de unidades em cada terminal.
Queixas
Na quarta-feira passada (17), uma equipe do jornal O Globo foi a nove estações, em Copacabana e Ipanema, para verificar queixas de usuários. Em quase todas as bicicletas faltavam peças: 32 de 33 não contavam com os retrovisores. Duas tiveram os cestos arrancados. Os freios não funcionavam com precisão em 20 delas. Na estação número 110, no Jardim de Alah, desativada para manutenção, havia duas bicicletas com bancos danificados e uma com pneu esvaziado. Na estação 109, na Rua Garcia D’Ávila, havia apenas uma, sem a correia.
Próximo ao Forte de Copacabana, um usuário reclamou ao encontrar mais uma estação desativada: "Dificilmente consigo uma bicicleta em boas condições. Geralmente, o freio agarra e o banco não fica preso na altura que eu arrumo", disse ele.
Na estação 26, em Ipanema, próximo ao Posto 9, a equipe do jornal O Globo tentou liberar uma bicicleta por meio do aplicativo de celular do serviço, sem sucesso. Uma usuária que queria retirar um veículo na mesma estação apontou mais problemas: "Costumo ver defeitos no guidão, no banco e nos freios. Falta manutenção".
Foram observadas também incongruências no sistema em relação ao número de bicicletas disponíveis em cada estação. Dos nove postos percorridos, em seis a quantidade de veículos não batia com a informação fornecida pelo aplicativo.
Em nota, a Bike Rio disse que o maior problema enfrentado é o vandalismo, e que 62% das chamadas atendidas pela central de atendimento tratam de depredação do patrimônio. A empresa não se manifestou sobre problemas na retirada das bicicletas e no funcionamento do aplicativo.
A Subsecretaria de Projetos Estratégicos da prefeitura informou que já reconheceu a troca de operação do sistema e disse que reiterou as exigências contratuais ao novo comando. Já o banco Itaú, patrocinador da Bike Rio, destacou que não tem relação com a mudança na gestão do serviço e que o patrocínio está mantido.
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