As declarações do secretário estadual do Desenvolvimento Urbano (Sedur), Cícero Monteiro, que, em entrevista à Tribuna reafirmou que o metrô da Paralela pode não ficar pronto até a Copa do Mundo de 2014, não foram muito bem-vindas pelos opositores do governador Jaques Wagner (PT).
No entanto, para o presidente do PMDB na Bahia, deputado federal Lúcio Vieira Lima, o problema é “falta de capacidade” do governo em tocar o projeto. “Lamento muito, mas, de qualquer forma, parabenizo o secretário e o governador pela humildade de reconhecer que não entregarão o metrô até a Copa”.
Em tom mais leve que o usado pelo peemedebista, o também deputado Antonio Imbassahy (PSDB) disse que até concorda com a justificativa do governo de que a obra é de grande magnitude, mas disse que falta mais clareza com relação a um prazo mais específico para conclusão da chamada Linha 2 do metrô, que ligará Salvador a Lauro de Freitas, passando pela Avenida Paralela.
“É realmente uma obra complexa e será difícil entregá-la até 2014, mas o que me surpreendeu foi o governador dizer que não existe prazo certo para entregar a obra. É até impensável começar uma obra com valor tão expressivo de gastos (R$ 2,6 bilhões, segundo o governo do estado) e o governador dizer que não sabe quando ela vai ficar pronta”.
Porém, os governistas partiram em defesa do secretário e do governo. O líder da bancada na Assembleia, deputado Zé Neto (PT), lembrou que o governador não sentenciou que o metrô não será entregue em tempo hábil para atender à demanda da Copa e garantiu que os esforços nesse ínterim não estão sendo poupados.
“São vários projetos, são várias obras... O governador foi prudente ao dizer que o metrô pode não ficar pronto. Mas estamos trabalhando intensamente para concluir (até 2014)”.
O deputado federal Nelson Pelegrino (PT) também garantiu o empenho do governo estadual. “Estamos fazendo esforço para viabilizar o metrô até o mundial, mas, mais importante, é entender que a gente precisa preparar Salvador para o futuro. A Copa vai passar e o legado que as obras vão deixar vai permanecer por muitos anos”.