O custo com as obras de mobilidade urbana e construção de estádios para a Copa do Mundo aumentou cerca de R$ 2 bilhões, segundo dados do jornal O Estado de S. Paulo. A reportagem aponta a falta de controle por parte do poder público como motivo para a disparada nos preços das adaptações do país para o Mundial.
Reavaliações e aditivos aos projetos apresentados elevam os preços às alturas.
Em Cuiabá, no Mato Grosso, o governo alterou um dos projetos de mobilidade. Trocou o BRT (linhas de ônibus) por veículos leves sobre trilhos (VLT ), que elevaram os custos em R$ 700 milhões. A mudança aconteceu mesmo com parecer contrário da Controladoria Geral da União e com o apoio do Ministério das Cidades, que fraudou uma nota técnica contrária feita dentro da própria pasta para dar sustentação a interesses políticos.
Em Minas Gerais, o preço da criação do BRT da avenida Cristiano Machado está 164% mais caro.
O custo dos estádios também aumentou de forma desenfreada. O Maracanã, palco da final da Copa do Mundo, tem previsão de custo 47,25% maior do que no projeto, são R$ 283 milhões a mais.
Em Brasília, o valor é uma incógnita. Isso porque a conta feita para construir o novo Mané Garrincha, que gira em torno dos R$ 688 milhões, não inclui itens básicos, como a cobertura – exigida pela Fifa, gramado e traves para o estádio.
O Ministério das Cidades diz que o aumento bilionário nas contas da Copa se deu “em função de estudos mais aprofundados, que mostram a necessidade de mudanças” e diz que fará uma revisão na matriz de responsabilidades dos projetos de mobilidade.