A Câmara de Dirigentes Lojistas de Belo Horizonte (CDL-BH) encaminhou hoje (19) ao prefeito Alexandre Kalil (PHS) um ofício pedindo a revogação do reajuste de 9,46% na tarifa dos ônibus da capital mineira. Ela pede ainda que aumentos só ocorram após a nova gestão municipal, que tomou posse em 1º de janeiro, auditar e avaliar os contratos com as empresas de transporte coletivo.
O pedido é baseado em um levantamento realizado pela própria CDL-BH que aponta o impacto do reajuste nas finanças de empresas dos setores de comércio e serviços. Segundo o estudo, o aumento provocou uma elevação média de 15% nos custos com transporte de funcionários. As micro e pequenas empresas teriam sido as mais penalizadas, somando uma alta de R$ 11,6 milhões nas suas despesas.
A tarifa da maioria dos ônibus de Belo Horizonte subiu no dia 3 de janeiro, passando de R$ 3,70 para R$ 4,05. As linhas circulares também tiveram aumento, passando de R$ 2,65 para R$ 2,85.
Segundo a Empresa de Transportes e Trânsito de Belo Horizonte (BHTrans), a fórmula utilizada para definir os novos valores levou em conta variações dos preços do óleo diesel, da rodagem, dos veículos, da mão de obra operacional e das despesas administrativas. As variações são calculadas pela Fundação Getulio Vargas (FGV), pela Agência Nacional de Petróleo (ANP) e pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Protestos
O aumento foi autorizado pelo prefeito anterior, Márcio Lacerda (PSB). Ao tomar posse em 1º de janeiro, o prefeito Alexandre Kalil ouviu manifestantes presentes gritarem palavras de ordem pedindo a revogação das novas tarifas. Na ocasião, ele concedeu entrevista coletiva e afirmou que não iria reavaliar o reajuste, mas disse que técnicos da nova gestão fariam análises sobre futuras alterações nos valores das tarifas, evitando distorções e abusos.
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