Tinha uma barra no meio da ciclovia

A barbárie se instaura quando o poder público conspira contra os cidadãos. Por que as autoridades relutam em cumprir a Lei de Mobilidade Urbana? Leia nosso editorial

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Fonte: Mobilize Brasil  |  Autor: Marcos de Sousa / Mobilize Brasil  |  Postado em: 09 de dezembro de 2016

Tinha uma barra no meio da ciclovia

Barra soldada: armadilha para ciclistas?

créditos: Ciclonauta Urbano


Impossível não tocar no assunto da tal barra de ferro que provocou um 
grave acidente com um ciclista
, na ponte da avenida Cruzeiro do Sul, em São Paulo. Anoitecia, estava escuro, e havia uma obra de recomposição dos gradis da ponte. Alguém da equipe contratada fez a burrada, mas nem a prefeitura, nem a subprefeitura do bairro sabem informar quem seria o responsável pela obra. Ciclistas que passam pelo local têm acompanhado os serviços, que são realizados no local por alguns trabalhadores. Eles não tinham uniforme, não havia placas de sinalização e também nenhuma preocupação em evitar problemas para quem passa por aquele trecho, informam os usuários da ciclovia. Mas quem pôs a barra de ferro ali? Um mistério...

 

Também ninguém sabe quem apagou as mensagens gravadas no asfalto da avenida W3 Norte, em Brasília, depois que mais um pedestre morreu atropelado no local. Foram duas pessoas mortas em apenas duas semanas de novembro. A denúncia havia sido feita por ativistas brasilienses, que um ano antes entregaram um vídeo às autoridades para mostrar que o local precisa de sinalização, para proteção aos pedestres. Nada foi feito, mas foi bem rápida a ação de apagar a mensagem de protesto. Quem apagou? Outro mistério, relata o blogueiro Uirá Lourenço, do Brasília para Pessoas.

 

 

Ainda de Brasília vem a notícia de que o Legislativo local está trabalhando para acabar com as faixas exclusivas de ônibus na capital federal. E preparem-se: coisa semelhante está sendo prometida pelo novo prefeito de São Paulo, o mesmo que deseja reduzir a gratuidade do transporte para idosos e eliminar ciclovias. São propostas anacrônicas e que se chocam de frente com tudo o que está previsto na Política Nacional de Mobilidade Urbana. Mais ainda, o Senado deve votar já o adiamento do prazo para que os muncípios preparem seus Planos de Mobilidade, como prevê a mesma lei. O tempo acabou em janeiro de 2015.

 

No cenário mundial, algumas cidades planejam o banimento de veículos diesel,outras reduzem a circulação de carros para controlar a poluição e até a ONU acaba de lançar um documento com dez recomendações para estimular a mobilidade sustentável.

 

Temos também algumas boas notícias aqui no Brasil: em 2017 haverá mais policiais circulando de bicicleta, mais carros compartilhados em Fortalezaciclorrotas em Porto Alegre e a primeira ciclovia em Cuiabá. E o melhor de tudo é que o ano de 2016 está finalmente acabando :-)  

 

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