Em São José do Rio Preto, cidade do interior paulista com 500 mil habitantes, a Polícia Militar registrou, desde o começo do ano, 155 pedestres atropelados nas ruas e avenidas. Isso dá praticamente uma pessoa atropelada a cada dois dias. A prefeitura de Rio Preto até chegou a instalar lombofaixas na cidade, mas muitos motoristas não respeitam mesmo a faixa.
A lei de trânsito determina que onde tem lombofaixa a prioridade é do pedestre e o motorista é obrigado a parar. Mas na prática não é isso que acontece. Na avenida Brigadeiro Faria Lima, em frente ao Hospital de Base, tem lombofaixa, mas muitos pedestres precisam correr para atravessar. “A gente fica com medo de não parar e por isso saio correndo, tem motorista que para, outros não param, então não dá para confiar”, afirma a diarista Odiléia da Costa.
Tem também pedestre imprudente. Apesar de a faixa de pedestre estar perto, muita gente se arrisca a atravessar fora dela. E os motoristas também não fazem o que deveria. No centro da cidade, carros, motos seguem sem parar antes de chegar a lombofaixa.
Prioridade do pedestre
O Código de Trânsito Brasileiro é claro: nos cruzamento sem semáforos a prioridade é sempre do pedestre. O porteiro João Batista Filho já foi uma dessas vítimas. Ele foi atropelado quando tentava atravessar a avenida Danilo Galeazzi na região leste da cidade. Por causa dos ferimentos, chegou a ficar afastado do trabalho. “Fraturei três costelas, trincou um osso da perna e fiquei 60 dias afastados do trabalho. É ruim para o pedestre atravessar as ruas de Rio Preto”, afirma o porteiro.
Em Rio Preto, as lombofaixas começaram a ser feitas no início deste ano. A primeira foi construída em frente ao Hospital de Base, depois em frente ao Mercadão e do Centro Regional de Eventos, na avenida José Munia. Ao todo, são 33 lombofaixas na cidade. “Sempre o pedestre tem prioridade sobre o veículo. O motorista que não respeita é multado, infração gravíssima, sete pontos na carteira e R$ 293 de multa. E o pedestre sempre deve atravessar na faixa e sempre olhar para os lados para atravessar”, afirma o tenente Cláudio Ziroldo.
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