Pesquisa mostra insatisfação com transporte público em dez capitais

Ruim ou péssima é a opinião de 45% dos entrevistados sobre o uso do ônibus na ida ao trabalho, quase o mesmo índice que para o trem. Mais de 60% usariam a bicicleta

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Fonte: Valor Econômico  |  Autor: Luciano Máximo  |  Postado em: 05 de outubro de 2016

Transporte público é mal avaliado em pesquisa nas

Transporte público é mal avaliado em pesquisa nas capitais

créditos: ahallais/ Clickmobilidade (Mobilize)

 

Levantamento inédito sobre mobilidade urbana feito em dez capitais brasileiras capta a insatisfação de trabalhadores que utilizam transporte público. De acordo com a pesquisa “Mobilidade para ir e vir do trabalho”, realizada pela empresa Vagas.com com 3.208 questionários, 45% dos entrevistados têm percepção ruim ou péssima do uso do ônibus no trajeto casa-trabalho, trabalho-casa. No caso dos trens, o índice de ruim ou péssimo é 44%.

 

Brasília (59%), Recife (57%), Salvador (49%) e Belo Horizonte (48%) foram as cidades que concentraram as piores avaliações (péssimo e ruim) dos passageiros de ônibus. No caso dos trens, foi em São Paulo onde houve maior percentual de péssimo ou ruim (47%). A rejeição ao metrô é menor (28%) na média verificada nas dez capitais do país. 

 

O levantamento aponta que o meio de transporte com melhor avaliação (excelente) são moto (63%), carro (60%) e bicicleta (56%). Ainda assim, o uso do automóvel para ir e vir do trabalho angariou muitas críticas quando os entrevistados foram confrontados com condições de infraestrutura viária, segurança, agilidade e conforto. Para 36% é pior ir e voltar do trabalho de carro atualmente do que há um ano. O uso do carro obteve sensação de piora em Curitiba (38%) e São Paulo (37%).

 

“No geral, a pesquisa mostra que existe uma percepção melhor para utilização de meios de transportes privados em relação aos públicos, mas o aspecto trânsito ruim e conforto pesam bastante e revelam que usar o carro para ir e voltar do trabalho também gera insatisfação”, afirma Rafael Urbano, coordenador da pesquisa.

 

Ele diz que as informações pode ser usadas, pelas empresas, como dado importante para promover ações de qualidade de vida. “As empresas hoje em dia estão cada vez mais preocupadas com a questão da qualidade de vida do empregado, esses dados podem ajudá-las — e estamos compartilhando as informações com nossos clientes — a pensar em alternativas para minimizar a insatisfação dos funcionários, como home office ou horários mais flexíveis para entrada e saída”, complementa Urbano.

 

Bicicletas

Um dos destaques da pesquisa do Vagas.com é a bicicleta. Mais de 60% dos entrevistados responderam que utilizariam esse meio de transporte se fosse possível. Mas 94% dos respondentes sabem que as empresas não estão preparadas para receber funcionários ciclistas com a infraestrutura necessária no local de trabalho (vestiários e bicicletários), para não dizer das condições viárias oferecidas nas cidades.

 

Na média das dez capitais pesquisadas, o levantamento aponta que leva-se uma hora e 43 minutos para ir e voltar do emprego num trajeto médio percorrido de 28 km. No Rio, os cariocas ouvidos gastam, em média, duas horas e nove minutos no percurso casa-trabalho, trabalho-casa.

 

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