Entender a relação dos brasileiros com suas cidades e com as ações sustentáveis; esse o objetivo de uma pesquisa realizada pelo terceiro ano consecutivo pela Liberty Seguros, em parceria com o Instituto Teor Marketing. Os dados foram coletados em entrevistas com mais de mil pessoas em São Paulo, Rio de Janeiro, Porto Alegre, Salvador, Curitiba e Belo Horizonte.
Intitulada “Humanização das Cidades”, a pesquisa propõe analisar a relação dos habitantes com suas cidades sob três aspectos ligados à sustentabilidade: economia, meio ambiente e sociedade. Neste último item, que trata da vida em sociedade, independentemente da região as pessoas disseram acreditar que o transporte público é o ideal para as cidades do futuro. Não obstante, motoristas de carro e moto são os que se mostram mais resistentes a mudanças.
Nos demais quesitos, o estudo revelou uma tendência a buscar mais facilidade ao adquirir produtos e serviços e, no tocante ao meio ambiente, que os cidadãos têm se envolvido mais com ações como o consumo consciente de água e energia elétrica. Do total de entrevistados, 98% afirmou realizar ao menos uma ação sustentável - como reciclar o lixo ou diminuir o uso do carro - tanto nos locais de trabalho quanto em suas residências.
Cidades compactas e trânsito
A pesquisa segue a tendência de 2015, no que se refere ao desejo dos brasileiros de viver em cidades compactas, onde moradia, trabalho e compras estão a uma distância de, no máximo, a 20 minutos a pé. A maioria dos entrevistados (64%) afirmaram que preferem realizar todas as suas atividades em regiões centrais, mesmo que isso represente viver em habitações menores.
Quando perguntados sobre o motivo da escolha, 54% dos entrevistados afirmam que esta é a melhor opção pois significa que passariam menos tempo no trânsito, enquanto 46% afirmam que acreditam ser mais confortável e 39%, mais saudável.
Na relação entre moradia e meios de transporte, os motoristas de carro e moto são os que demonstram maior resistência na intenção de mudar de moradia para se aproximar do ideal: 25% têm pouca ou nenhuma intenção de fazé-lo, pois precisariam fazer muitas adaptações. Por sua vez, os usuários de transporte público são os mais dispostos a mudar (63%) e os pedestres são os que mais acreditam já morar da maneira que julgam ideal (41%).
Transporte público, o ideal
No que diz respeito à mobilidade no cotidiano, a pesquisa confirma a tendência da diminuição do uso do carro. Em 2016, 50% dos entrevistados afirmam que se deslocam, principalmente, por meio do transporte público, 38% de carro ou moto, 6% a pé e 4% de bicicleta.
Entre 2014 e 2016, houve uma queda de 13% no uso do transporte individual entre os entrevistados. O uso de transporte público e de bicicleta foram os que mais cresceram, 11% e 3% respectivamente.
Quando o assunto é o tipo de transporte ideal, a maioria das pessoas (66%) concorda que o transporte público é o meio mais adequado para o futuro, seguido pela bicicleta (23%) e carro ou moto (7%).
Atualmente, 34% dos entrevistados afirmam que sempre se locomovem pelos meios que julgam ideais. Apenas 12% dos motoristas de carro e moto julgam que estes são os meios ideais de transporte. Destes, 71% consideram o transporte público o meio mais adequado, no entanto sentem dificuldades em adotá-lo cotidianamente.
Os problemas de saúde relacionados ao trânsito e poluição estão entre as principais preocupações de paulistanos e curitibanos, enquanto em Belo Horizonte, Rio de Janeiro e Salvador, os habitantes têm se preocupado mais com epidemias.
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