Aracaju: Ciclovias precisam ser adequadas para garantir segurança

Educação e trânsito compartilhado também beneficiam ciclistas

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 |  Autor: InfoNet  |  Postado em: 24 de novembro de 2011

Ciclistas e carros

Ciclistas e carros em Aracaju

créditos: InfoNet


Até 2012, Aracaju deverá ter 100 km de ciclovias – em 2008, eram 40 km. Segundo a Superintendência Municipal de Transporte e Trânsito (SMTT), ao chegar nesse patamar a capital sergipana terá a melhor proporção de metro cicloviário por habitante do Brasil.
 

“Dentro do cenário nacional temos uma malha interessante e que contribuiu para a cidade ganhar o título de capital da qualidade de vida”, diz o diretor de meio ambiente da Sociedade Semear e membro da Organização Não-Governamental Ciclo Urbano, José Waldson de Andrade.
 

Segundo ele, entretanto, o foco nas ciclovias não resolve todos os problemas dos ciclistas – e seu planejamento inadequado pode até gerar algumas dificuldades. “Muita gente acha que pensar mobilidade por bicicleta é encher a cidade de ciclovia, mas não é bem assim. O poder público tem avançado nesse entendimento. Porém existem outras etapas”, afirma o diretor.
 

Problemas e soluções
Ciclovias no meio de avenidas podem dificultar plantio de árvores. De acordo com Andrade, quando a ciclovia é construída no meio de uma avenida fica mais difícil para o ciclista ter acesso à via exclusiva. Além disso, o perigo de acidentes é maior, já que as bicicletas trafegam ao lado das vias direitas – onde o trânsito flui mais rapidamente. “No meio das avenidas também não há espaço para árvores que deem conforto ao ciclista”, avisa José Waldson.

 
“A solução é o município pensar a ciclovia ao lado das calçadas”, informa o ativista. Outra solução apontada por ele é o investimento em educação no trânsito. “Hoje se aprende a dirigir e não a respeitar o trânsito. Um grande problema é a concepção da sociedade com a bicicleta ou o pedestre”, comenta. Ou seja: é preciso preparar os condutores para o trânsito compartilhado.
 

Destacando a falta de interligações seguras entre as ciclovias e ruas – o que dificulta a acessibilidade dos ciclistas e os coloca em risco de sofrer acidentes –, Andrade também ressalta como desafios para a estrutura de transporte urbano a falta de bicicletários – que pode desestimular os habitantes a saírem de bicicleta.
 

Década da segurança 
Segundo Rafael Barbosa, diretor de estatística do SMTT, além de ampliar da malha, o órgão vai realizar passeios ciclísticos para a população “tomar gosto” pela bicicleta como um meio de transporte e uma forma de manter a saúde. “Esse movimento em relação às ciclovias começou há pouco tempo. A gente está construindo junto”, esclarece.
 

Os investimentos para a ampliação das ciclovias de Aracaju, que vão contar com apoio do Governo federal, ultrapassam os R$ 4,5 milhões. O foco do projeto é nas ruas e avenidas mais movimentas, e vias como Tancredo Neves e Heráclito Rollemberg estarão equipadas com passagens de acesso entre as rotas para ciclistas. De acordo com a SMTT, também serão construídas intersecções para São Cristóvão e Nossa Senhora do Socorro.
 

Barbosa também informa que o município criou um comitê para tentar conter os abusos no trânsito – recentemente, a Organizações das Nações Unidas decretou o decênio 2011-2020 como a Década de Ações para a Segurança no Trânsito. “Aracaju foi uma das primeiras cidades a fazer um comitê”, informa o diretor de estatística.
 

Negócio próspero
Em 2009, o mineiro Lourenço Freitas viu no aumento do interesse da população aracajuana pela bicicleta como uma oportunidade de negócio. “A ideia veio de uma percepção minha de que o mercado tinha uma demanda e não tinha uma loja especializada em peças importadas”, conta.

 

Entre 2010 e 2011, Freitas diz ter percebido um aumento de 30% nas vendas da loja. Boa parte do rendimento vem dos equipamentos de segurança, como capacetes, luvas e sinalizadores.
 

Na opinião do comerciante, para tornar o trânsito mais seguro é necessário conscientizar tanto ciclista como motoristas. “Tem muito ciclista que não tem noção: anda na contramão, na faixa da esquerda, atrapalha pra quem está dirigindo. Por outro lado, tem motorista que não respeita. Tem que haver educação dos dois lados”, afirma.


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