Observou-se que em média as famílias brasileiras gastam cerca de 15% da sua renda com transporte urbano. Os gastos com transporte privado são cerca de cinco vezes maiores que os gastos com transporte público, com tendência de crescimento desta diferença. As políticas de estímulo ao transporte individual, aliadas ao crescimento de renda, estão levando as famílias de todos os estratos de renda a elevar suas despesas com transporte individual, intensificando seu uso no dia a dia com fortes impactos sobre as condições de mobilidade da população. À medida que a renda aumenta, maior ainda é a propensão a se gastar com veículos privados. Dessa forma, principalmente nos períodos de forte expansão de renda, torna-se importante a adoção de políticas voltadas para o uso racional do transporte individual, que restrinjam a circulação, mas não a aquisição de veículos, como a cobrança mais realística pelo uso do espaço urbano. Também são necessárias políticas de valorização e melhoria da qualidade dos sistemas de transporte público, tornando-o mais atrativo para a população em geral.