Entre 2009 e 2018, as indenizações pagas pelo Seguro DPVAT* cresceram 28%. Quando observadas apenas as ocorrências com motocicletas e ciclomotores, o aumento foi de 72%.
Os casos de invalidez permanente por conta de acidentes envolvendo essas categorias de veículos são os que mais chamam atenção, com crescimento de 142% na comparação entre 2009 e 2018. Já os pagamentos por acidentes fatais aumentaram 14%.
Entre as regiões brasileiras, o Sul concentrava a maioria das indenizações pagas por acidentes com motocicletas e ciclomotores (55.007 benefícios pagos) em 2009. No entanto, com um crescimento de frota de mais de 137% nos últimos dez anos, o Nordeste se tornou a área que mais conta com vítimas indenizadas pelo Seguro DPVAT em função de ocorrências com motos.
No recorte por estado, São Paulo lidera o ranking em quantidade total de indenizações pagas. Em dez anos, foram 344.134 pagamentos, destes, 27.198 por morte. O Ceará é o segundo colocado, com mais de 335 mil benefícios pagos.
Vítimas
Quanto ao perfil das vítimas, os motociclistas são os mais atingidos nos acidentes com motocicletas e ciclomotores. Entre 2009 e 2018, mais de 2,3 milhões de vítimas foram indenizadas na condição de motoristas. O número representa mais de 71% do total de benefícios pagos por ocorrências com motos no período. A maioria dos condutores (75%) ficou com algum tipo de sequela definitiva após o acidente, concentrando mais de 1,7 milhões de pagamentos. Se comparado o ano de 2009 com o de 2018, houve um aumento de 125% nos casos de invalidez permanente entre condutores.
Os pedestres são o segundo tipo de vítima que mais corre risco nos acidentes com motocicletas e ciclomotores. Em dez anos, foram pagas mais de 493 mil indenizações a pessoas que se deslocavam a pé no momento da ocorrência. Após ser atingida por uma moto ou ciclomotor, a maioria também ficou com algum tipo de sequela definitiva: foram mais de 417 mil sinistros pagos a pedestres vítimas de invalidez permanente no período. Entre 2009 e 2018, o aumento foi de 254%.
As estatísticas por idade seguem o mesmo comportamento. Há dez anos, os jovens de 18 a 34 anos já eram a maioria atingida, com mais de 92 mil benefícios pagos. Só no ano passado, foram 130.365 indenizações pagas para esta faixa etária.
Frota de motos
Apesar de representarem apenas 27% da frota nacional, o crescimento do número de motocicletas e ciclomotores no país, nos últimos dez anos, foi de 81,6%. Para Arthur Froes, superintendente de Operações da Seguradora Líder, o cenário indica uma realidade mais preocupante.
"A moto é um veículo de baixa participação na frota nacional que, ainda assim, é a que mais mata no trânsito brasileiro. Isso é consequência, principalmente, da imprudência. Muitos não usam capacete e outros equipamentos de segurança ao usarem esses veículos. É fundamental que os condutores saiam das autoescolas conscientes da importância da utilização dos itens de segurança e dos perigos de se misturar álcool e direção, bem como do respeito à sinalização", explica.
*DPVAT é um seguro obrigatório, de caráter social, que protege os mais de 209 milhões de brasileiros em casos de acidentes de trânsito, sem apuração da culpa. Ele pode ser destinado a qualquer cidadão acidentado em território nacional, seja motorista, passageiro ou pedestre, e oferece três tipos de coberturas: morte (valor de R$ 13.500), invalidez permanente (de R$ 135 a R$ 13.500) e reembolso de despesas médicas e suplementares (até R$ 2.700).