No artigo inédito "Parque Gomm - Um caso onde ineficiência administrativa e a ação do capital foram atenuados pela cidadania e a criação coletiva", o engenheiro Roberto Ghidini recupera a história deste importante espaço público da capital curitibana.
O Parque Gomm, no bairro Batel, é composto pela Casa Gomm - de 1913, exemplar único do estilo Massachussets – e pelo seu bosque, ambos tombados pelo patrimônio histórico e cultural do Estado do Paraná. Este artigo foi estruturado com base em registros notáveis, publicações da imprensa, entrevistas e recortes de posts na página do grupo Salvemos o Bosque da Casa Gomm - o grupo que lutou pelo patrimônio físico coletivo e o bem imaterial que o espaço passou a representar.
História
Depois que a propriedade foi vendida pela família no início dos anos 1980, a Prefeitura de Curitiba tentou ali fazer o Parque do Batel (1987), mas o novo proprietário conseguiu derrubar na Justiça o decreto de utilidade pública do imóvel. E embora em 1989 a Casa Gomm e seu Bosque tenham sido tombados pelo patrimônio, o bosque foi perdendo gradativamente sua área verde nos anos seguintes, e a casa, de madeira, quase destruída pelos cupins.
A degradação do espaço só se acentuou com o passar do tempo, em parte por responsabilidade do Estado, que chancelou obras que desvirtuaram e quase destruíram o local. Um marco desse período foi a construção de um shopping, e a tentativa do empreendedor de abrir uma rua asfaltada para os carros se dirigirem ao estacionamento. Logo a população percebeu que esta obra derrubaria uma parte do bosque.
Foi então que o movimento Salvemos o Bosque da Casa Gomm, envolvendo a comunidade, por fim conseguiu impedir a execução desta rua de asfalto. Em 2016, finalmente um decreto municipal desautorizou a obra e o projeto foi descartado. Neste artigo do colaborador do Mobilize, Roberto Ghidini, outros detalhes desta importante luta pela preservação de um significativo espaço histórico e de lazer da população.