O objetivo deste estudo foi analisar as políticas públicas de transporte ocorridas dentro da Região Metropolitana de São Paulo, considerando as três empresas de caráter estadual que gerenciam e controlam o transporte de passageiros - o Metrô (Companhia do Metropolitano de São Paulo), a CPTM (Companhia Paulista de Trens Metropolitanos) e a EMTU (Empresa Metropolitana de Transportes Urbanos). E investigar como essas empresas influenciaram e impactaram o histórico da mobilidade na metrópole paulistana.
Em abordagem histórica, o estudo mostra como São Paulo torna-se uma das principais economias urbanas nacionais, e o planejamento urbano ferramenta de mudanças de seus traçados viários e perfis arquitetônicos, sendo o transporte alvo de investimentos maciços de diversas gestões locais e elemento primordial para o crescimento metropolitano. Em seguida, trata do processo de construção e ampliação de avenidas, que consagra ações voltadas para o transporte individual e à parcela da população motorizada. Os transportes públicos passam para o segundo plano, visto a crescente demanda das indústrias automobilísticas, recém instaladas em solo nacional no período do regime militar.
Nesse mesmo período, durante a ditadura, começa a se pensar o transporte público como elemento integrativo das mais variadas regiões das cidades e como forma de desafogar os já saturados congestionamentos, além de ser fonte menos poluente. A mobilidade ganha novos significados e o comportamento coletivo passa a ser priorizado no trânsito, através de ações estatais que priorizem os usuários de transporte público e os pedestres. Os investimentos, apesar de significativos, não acompanharam o ritmo de crescimento populacional e a mudança de oferta e serviços nas cidades, tornando o deslocamento casa–trabalho-casa o mais importante para a população, uma tarefa árdua e cheia de reclamações.