O conceito TOD (Transit Oriented Development) pressupõe uma política pública que, utilizando-se de uma rede de infraestrutura básica, prioriza o transporte público em detrimento dos veículos individuais, e ainda determina o uso misto do solo, que permite comércios e serviços vicinais em meio às áreas residenciais. Neste estudo, o autor se coloca a seguinte questão: em Curitiba, o sistema de transporte coletivo de passageiros existente, integrado ao uso
do solo, poderia ser assim considerado - ou seja, como um TOD? Para esclarecer, o estudo faz a análise a partir de uma amostra das estações do sistema (expressos biarticulados, Ligeirinho, inter-bairros, alimentadores...), para verificar como são a concentração das atividades econômicas, os valores imobiliários, e como isso é percebido pela administração municipal. A partir deste levantamento, é feita a avaliação sobre se é possível dizer que Curitiba se aproxima do grupo de cidades no mundo que praticam o TOD.
Adiantando as conclusões, o auotr se soma à opinião de outros pesquisadores que não consideram Curitiba como uma cidade organizada segundo os parâmetros do TOD. Se por um lado, ao longo dos eixos estruturais do transporte há taxas e potenciais construtivos elevados e de uso diversificado, por outro estes mesmos eixos não promovem a mescla de tipologia habitacional associada à densidade maior e diversidade de custos imobiliários e de renda – e tampouco organiza o crescimento regional de maneira compacta e sustentável para a mobilidade.
*Roberto Ghidini tem artigos publicados em revistas especializadas no Brasil e no exterior. É engenheiro civil (UFPR-1982), com pós-graduação: DEA em Urbanística y Ordenación del Territorio (DUyOT/ETSAM/UPM – 2007). Trabalhou no DER-PR (1982-1990), foi consultor sobre transportes para Ferroeste (1989-1990), Sanepar (1991-1992), Comec (2003-2004), UPM (2006-2010), onde é co-fundador de NeReAs y CEDEX (2008). É membro da Sociedad Peatonal.