Os resultados deste trabalho, intitulado "Contribuição para uma mobilidade urbana sustentável", apontam para a necessidade de uma mudança de concepção nos planejamentos e para a gestão dos transportes no Brasil.
Como observa o autor, as medidas vigentes, de maneira geral, se originam em boa parte de políticas de governo insustentáveis, ou, não lastreadas a priori em princípios e diretrizes de políticas públicas. Persiste como regra, pelo contrário, a aprovação de projetos de vias urbanas que privilegiam a mobilidade das máquinas (veículos motorizados) em detrimento do ir e vir de pedestres e ciclistas. A abordagem voltou-se também, acrescente-se, à questão da mobilidade e acessibilidade das pessoas com deficiência ou mobilidade reduzida.
O artigo aponta primeiramente a necessidade de lançar mão de uma revisão bibliográfica sobre os modais de transporte não motorizados e sobre a legislação pátria que trata do tema, para que se possa promover essa mudança.
Entre os tópicos abordados pelo trabalho, e que devem ser objeto de atenção do gestor público, estão a Política Nacional de Mobilidade Urbana, as ciclovias e ciclofaixas e a polêmica sobre a quem compete a execução de calçadas (gestão pública ou privada?).
Por fim, o autor conclui que: "Colocar o pé no freio para desacelerar a degradação ambiental em curso nas cidades requer atitude por parte de todos os atores sociais envolvidos: governantes, empresários e sociedade civil."