Primavera das Calçadas, projeto de intervenção nas vagas de estacionamento na rua, foi desenvolvido pelo Urbem (Instituto de Urbanismo e de Estudos para a Metrópole) como uma contribuição para a cidade de São Paulo. A proposta é a da supressão total das faixas de estacionamento nas ruas, para requalificar os espaços dessas vagas com outros usos. A área da extinta vaga serviria agora para criar calçadas alargadas - transformadas em espaços públicos de convivência, circulação de pedestres, com enterramento de fiação e instalação de áreas verdes - e ciclovias.
A premissa política é a mudança da paisagem urbana, segundo padrões de mobilidade sustentável. Os resultados, avalia o estudo, viriam em ciclos de quatro anos. O modo de estacionar carros passaria pela construção e operação de estacionamentos verticais em áreas estratégicas no entorno das vagas suprimidas, obras viabilizadas pela iniciativa privada, por meio de PPPs com a prefeitura.
A eliminação das vagas nas ruas se daria em duas fases, a primeira incluindo todas as de Zona Azul e a segunda todas as vagas que desembocam em estações do metrô de São Paulo.
As novas intervenções urbanísticas trariam benefícios tais como: mudança imediata da paisagem urbana; menos trânsito (mesmo efeito do pedágio urbano); maior visibilidade ao comércio local. E seriam um incentivo à reestruturação de calçadas (enterrar fiação, aumento da iluminação). De negativo, haveria a perda de receita com vagas de zona azul (parcialmente compensada com ISS e eventual receita a ser alocada aos cofres públicos) e, temporariamente, antes que o benefício para a paisagem urbana fosse sentido, em piora da imagem da Prefeitura. A importância desta transformação aparece nos números: segundo o estudo, a Zona Azul detém 32.442 vagas para automóveis (sem contar vagas especiais e para caminhões); considerando que cada vaga ocupa 12,5 m2 de área, no total esse espaço equivale a 50 campos de futebol.