Nesta sexta-feira (29), estamos participando do 3º Seminário de Inclusão Social e Cidadania, em Juiz de Fora, Minas Gerais. A cidade hoje reúne quase 600 mil habitantes e cerca de 150 mil carros particulares. Assim, enfrenta sérios problemas de trânsito nos horários de pico, especialmente na área central e nas avenidas que fazem a conexão com o Distrito Industrial e o Aeroporto.
No centro, Juiz de Fora ostenta uma urbanização antiga, com calçadas relativamente largas e manutenção acima da média brasileira. Tem também semáforos de pedestres dotados de contadores de tempo, o que facilita e dá mais segurança para as travessias. E há também lombofaixas, nas esquinas principais. Apesar desse aparente cuidado, faltam rampas de acessibilidade e as existentes em geral não obedecem aos padrões das normas brasileiras.
Numa rápida aplicação dos critérios da Campanha Calçadas do Brasil chegamos à nota 7,7 - bem acima da média brasileira, que não passa de 4. Isso no Centro. Nos bairros, onde a topografia é acidentada, a situação é bem diferente, segundo alguns moradores.
Ciclistas são comuns nas avenidas centrais de Juiz de Fora, a área mais plana da cidade, mas têm que enfrentar um trânsito rápido, numa cidade que ainda não construiu nenhuma ciclofaixa ou ciclovia. Assim, no horário de pico, é comum ver muita gente pedalando no corredor de ônibus da Avenida Rio Branco, tal como fazem ciclistas de Curitiba e de outras cidades brasileiras, com certo risco.
Falando em ciclistas e pedestres, recomendamos a leitura do blog Pé de Igualdade, que discute a promessa da prefeitura de São Paulo de construir um milhão de metros quadrados de calçadas até o final de 2015. No texto, a arquiteta Meli Malatesta mostra que o mau humor de parte dos paulistanos com as novas ciclovias da cidade ao menos chamou a atenção das autoridades municipais para a péssima condição dos passeios públicos.
E enquanto aguardamos a revitalização de calçadas em São Paulo, no Rio de Janeiro o governo anuncia que os testes com o VLT do Centro devem começar em junho, quando será entregue a primeira composição, das cinco que virão da França. Outras 27 serão fabricadas em Taubaté (SP), numa nova unidade de produção inaugurada em março. Com o VLT de Santos-São Vicente (SP) e as várias linhas de VLTs diesel no Nordeste, é possível vislumbrar o gradativo retorno dos trilhos urbanos às cidades do país.
Marcos de Sousa
Editor do Mobilize Brasil