Calçada exemplar na cidade de Munique/ Foto: Du Dias
Algumas boas notícias nesta semana. São Paulo completou 100 km de novas ciclovias e ciclofaixas, com a inauguração de mais um trecho no Jardim Helena, zona leste da cidade, um dos bairros campeões no uso de bicicletas pelos seus moradores, todos os dias da semana. A nova ciclofaixa tem quase 12 km e conecta o bairro à estação de trens urbanos, em São Miguel. Dias antes, a Companhia de Engenharia de Tráfego havia anunciado um ambicioso plano para facilitar a travessia de pedestres e ciclistas nas pontes da cidade, numa resposta à campanha Adote uma Ponte, da Ciclocidade, e apoiada pelo Mobilize. A operação já está em prática experimentalmente na Ponte da Casa Verde e deve ser inaugurada até novembro.
Além disso, há novidades também em sistemas de bikes compartilhadas: Fortaleza estará recebendo suas primeiras 15 estações ainda em novembro, com 150 bicicletas. A capital cearense conta hoje com 16,5 km de ciclofaixas e 75 km de ciclovias, mas deverá receber mais alguns quilômetros para apoio ao novo sistema de compartilhamento. Enfim, as bicicletas públicas se espalham pelo país.
Surge daí a pergunta óbvia: depois das faixas de ônibus e infraestrutura para ciclistas, como ficam as calçadas, já que um terço das viagens urbanas no Brasil são feitas a pé?
Há, felizmente, algumas respostas. Primeiro foi a prefeitura de Salvador, que anunciou a recuperação de 50 km de calçadas na cidade pelo programa Eu curto meu passeio - Salvador acessível a todos. Na sequência, foi a vez de São Paulo apontar soluções para o grave problema que aflige pedestres e cadeirantes e emperra a mobilidade leve na capital paulista: nos próximos dias a prefeitura da cidade vai abrir uma licitação para selecionar empresas que farão a reforma das calçadas, caso os proprietários dos imóveis não as conservem de forma adequada. Aguardemos.
Devagar, o tema da mobilidade urbana começa a fazer parte dos assuntos cotidianos dos brasileiros e até dos programas escolares, como revela a matéria sobre o Comitê de Mobilidade da Escola Viva, um belo exemplo para todas as instituições de ensino do país. E bem devagarinho o país avança, mas ainda longe dos padrões de conforto e segurança das cidades mundiais, como é o caso de Chicago, de onde a publicitária Mila Guedes manda seu post para o blog Milalá.
Lá na metrópole americana Mila pode circular livremente com a sua scooter elétrica, a Julinha, e embarcar no metrô e nos ônibus que, aliás, dispõem de dispositivos para o transporte de bicicletas. Vamos com ela(s).
Por fim, vale lembrar que o Mobilize está participando do Prêmio Mobilidade Minuto. Acesse o site Cidade em Movimento e vote em nós!
Marcos de Sousa
Editor do Mobilize